Nunca fui muito conectada com a moda, desde pequena. Obvio, eu sempre gostei de me vestir bem, mas não tinha nenhuma noção de estilo próprio, pelo menos até a pandemia. Foi lá que comecei a diferenciar o meu estilo dos outros: como preferia uma vibe mais streetwear do que roupas muito justas; percebi que também que prefiria cores neutras e basícas que me dessem a opurtunidade de varias possibilidades de looks do que roupas muito chamativas; também percebi que gosto muito de bodysuits e da combinação entre justo e largo. E a partir daí que comecei me interessar pela alta costura.
Todas pessoas que entra no mundo da cultura pop automaticamente se torna familiar com as premiações e eventos importantes dentro da indústria, assim como as pessoas/marcas mais influenciaveis e importantes. O MET Ball é um deles.
O MET Ball é uma gala anual de angariação de fundos para o Metropolitan Museum of Art em Nova York; ele marca também a abertura da exposição anual de moda do Costume Institute. Conhecido por seus temas exóticos que fazem as celebridades convidadas usarem looks exuberantes e únicos, o baile que acontece anualmente teve em 2023 sua 73º edição e o tema foi “Karl Lagerfeld: A Line of Beauty”.
O dress code foi uma homenagem ao ex-diretor criativo da grande marca de luxo Chanel, que permaneceu no cargo por 36 anos e faleceu em 2019. Apesar de ter sido um dos grandes revolucionarios da indústria da moda, o estilista era gordofóbico, rascista, xenofóbico e sexista, tinha falas problemáticas e zoou abertamente do “Me Too Movement” que é um movimento contra ao assédio e abuso sexual. Ou seja, apesar de seu legado e carreira, talvez não devesse ser tão incensado.
Ele era conhecido por suas peças com transparencia, o uso tradiocional do preto e branco e usar o tecido tweed em muitas de suas peças, e era isso o que era esperado das criações para o gala. Alguns vestidos que se destacaram pela criatividades dos diretores criativos foram:
Anne Hathaway:
É impossível homenagear Karl sem se referir à alta costura em algum momento. Um fator importante para que uma roupa se encaixe nessa categoria é cada peça ser feita, pelo menos, 70% à mão, requerendo um esforço gigantesco das costureiras. Como forma de não deixá-las no escuro, é muito comum que algumas marcas as homenageiem com pequenos detalhes durante o desfile, como o uso de elementos que se remetam à elas, como uma almofada de agulhas no punho ou até o uso decorativo de alfinetes, como foi o caso do look da Valentino de Anne Hathaway que, inclusive, estava deslumbrante.
Dua Lipa:
A cantora, que foi co-anfitriã do gala neste ano, vestiu um vintage chanel da coleção outono/inverno de 1992. O vestido ficou muito lindo nela, com a perfeita escolha do decote com o colar inédito da Tiffany & Co que continha um diamante de 100 quilates.
Menções Honrosas para: Gisele Bündchen e Nicole Kidman, que fizeram referências a campanhas as quais usaram os mesmos vestidos. Apenas iconicas, apenas.
Também tivemos artistas usando looks como protesto contra o estilista. Em geral a cor rosa, qual Karl odiava, foi usada muito para esse objetivo.
A cantora Lizzo, como uma mulher gorda e orgulhosa, postou uma foto antes de sua chegada no evento comendo batatas fritas usando um vestido da Chanel, com fim de ir contra os ideais de Lagerfeld.
Enquanto isso, Quannah Chasinghorse, uma modelo norte-americana de origem indigena, apareceu no tapete vermelho (que não era vermelho mas relevamos) usando um vestido rosa, com uma modelagem que Karl odiava e com maquiagens tradicionais indígenas, o que podemos falar com certeza que faria o designer revirar em seu túmulo.
Em conclusão, acredito que o tema desse ano deveria ter sido diferente e mais aberto para liberar e desafiar a criatividade dos estilistas. Ainda que a intenção fosse homenagear alguém poderiam ter escolhidos considerada “mãe do punk”, Vivienne Westwood, uma grande designer, fundadora e diretora criativa de sua própria marca. Ela sim era uma pessoa inspirada e digna de apreciação.
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