Você já viu o ícone da 10a Bienal Brasileira de Design Gráfico?  Se olhamos sem o auxílio de nenhum instrumento, a meia lua colorida não parece ter nenhum significado, especialmente para aqueles que não são do ramo.

Porém, quando um espelho cilíndrico é colocado no centro do logo, a mancha que antes não tinha nenhum sentido, é refletida como o mapa do Brasil.

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A Anamorfose, princípio utilizado para a produção do logo, não é uma descoberta recente: o uso da perspectiva para a produção de imagens aparentemente incoerentes já era utilizada pelos pintores renascentistas.

Com precisão matemática e distorção alcançada através das proporções, a técnica tem seus primeiros registros na China Antiga, período no qual espelhos cilíndricos já eram utilizados para visualizar mensagens políticas, caricaturas e imagens eróticas, consideradas tabus ou até ilegais.

Ao longo dos séculos, a Anamorfose foi utilizada por outros artistas, como o húngaro István Orosz e Jonty Hurwitz, que ao invés de utilizar do desenho, escolheu a escultura como forma de criar a ilusão. Confira:

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Acima, obras de István Orosz. Abaixo, de Jonty Hurwitz.

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O logo, criado pela ps.2 arquitetura + design, já possui semelhantes até na cidade de São Paulo: no metrô República encontra-se o “Monumento Antropofágico com Oswald de Andrade”, que faz uso da mesma técnica.

Para designers e estudantes da área, a tentativa de inovação é batida e pouco prática: precisa de um outro instrumento para ser decifrada, que não é disponível no plano da figura. Para os que não conhecem a técnica, a imagem que carece de auto explicação perde rapidamente a relevância.

Não perturbe.