A artista e designer Naghmeh Farzaneh é a responsável pela direção do curta Scent of Geranium, uma verdadeira obra prima de 4 minutos. Além de toda a sua beleza e sensatez, o filme é uma autobiografia da experiência vivida pela autora ao imigrar para os Estados Unidos.
Aquela sensação de peixinho fora d’agua não é nada perto da profundidade de sentimentos que a autora retrata na menina. Entre tantos preconceitos, a insegurança é a peça principal que a personagem passa a viver ao se inserir em uma cultura totalmente diferente da dela.
Podemos dizer que nós ocidentais não temos, nem muitas vezes queremos ter, nenhum conhecimento sobre a cultura oriental. O Irã é um grande mistério para a maioria das pessoas. É difícil acreditar que as coisas são ligeiramente parecidas, com uma cidade grande (sim, o oriente médio não é só constituído por camelos, areia e nômades) como São Paulo, só que com costumes diferentes.
No mundo em que vivemos, onde a xenofobia só tende a crescer junto com o número de refugiados, é importante abrir a discussão e criar empatia. A aversão ao estrangeiro é inevitável, mas quando nos deparamos com um relato tão humano e poético quanto o de Naghmeh, parece se destituir em um punhado de ações preconceituosas sem sentido.
O conto que abre e fecha o curta é mais do que apenas uma metáfora, é uma expectativa de que as coisas tendem a melhorar: a flor que é realocada em outro vaso, requer seu tempo para criar raízes e florescer, mas florescerá.