A história da animação interativa segue uma longa estrada, desde 1900, quando J. Stuart Blackton criou uma sequência de desenhos que respondiam à suas ações em “Enchanted Drawing”, a primeira animação dessa categoria. Desde sua criação, a animação interativa sempre tentou trazer personagens bidimensonais à vida, e de uma maneira que fosse natural seu contato com os atores.
Porém, segundo o canal “kaptainkristian”, ninguém conseguiu chegar tão perto da perfeição como Robert Zemeckis e Richard Williams em “Uma Cilada Para Roger Rabbit” de 1988, que consegue dominar, com maestria, as três principais regras da animação interativa: a altura dos olhos, a interação física desses personagens e o equilíbrio entre luzes e suas respectivas sombras. Usando sua técnica de camadas, em que é criado uma camada para cada incidência de luz diferente sob o personagem, tornando o mais real e incorporado ao ambiente.
Roger Rabbit também inova ao quebrar o lugar comum dessa categoria em que a câmera, em filmes de animação, deveria permanecer parada para a inserção da animação ser feita sem muita dificuldade, o que acaba gerando uma falta de profundidade como podemos ver em Mary Poppins (1964) e Cool World (1992), onde as animações não se conectam com a realidade. Mesmo significando o dobro de trabalho, Richard Williams optou por câmeras dinâmicas que permitem um sentido muito mais real ao filme.
Mesmo que algumas dessas incríveis técnicas passem despercebidas pelo público, em geral, Roger Rabbit é um filme clássico por inúmeros motivos, dentre eles o humor, a magia e o jeito que conseguem contar essa história.
Saiba mais sobre esse processo no vídeo abaixo:
Texto de Stella Marques