Sob um sol de 30 e poucos graus (e uma sensação térmica de bem mais) dia 19 foi o primeiro dia oficial do programa da Roger Hatchuel Academy. A classe é composta por 35 alunos, de pelo menos 30 países, e quem puxa o curso são os meninos da Pop-up agency. Eles inclusive deram a primeira palestra do dia, apresentando o trabalho deles.

A ideia é bem simples, em 48 horas eles entende o problema de uma marca, fazem o plano estratégico e tem a ideia criativa (eles não entregam nada além da ideia). A parte mais legal é que eles fazem isso pelo mundo todo, e com clientes que vão desde agências, até pequenas start ups, passando por Coca-Cola e Nike. A organização da empresa deles chama bastante atenção também. Eles tem outros 5 sócios, todos amigos da faculdade, e apenas 2 cargos, CEO e gerente de projetos; quem ocupa o lugar do CEO fica com a função por 3 meses, e quem fica como gerente de projetos, apenas 2 semanas. Se quiser saber mais sobre o trabalho deles, olha o site deles, lá tem cases legais, clientes e a agenda deles pelos próximos meses.

A segunda palestra do dia foi com a Pernila Raven. Ela foi diretora de comunicação do Rucker Park no Harley em Nova York. A conversa passou por dois pontos principais: um sobre ambientes de trabalho não convencionais, e o segundo sobre assumir riscos na carreira. A Raven é uma dinamarquesa, criada no subúrbio, que fez faculdade em Londres; e é exatamente sobre isso que ela fala sobre assumir riscos. Ao invés de arranjar uma vaga mais convencional, ela resolveu ir trabalhar em uma comunidade negra, em uma das regiões mais violentas de Nova York. Ela terminou esse papo de carreira, de assumir riscos, e de aproveitar oportunidades com uma dinâmica bem legal. Cada pessoa escrevia em um post it 3 paixões e 3 habilidades. A ideia era que a partir dai, as outras pessoas indicassem cargos que juntariam paixão e vocação. Nisso eu descobri que deveria ser ou VJ, ou desenhar capa de discos.

A última palestra do dia foi com o Lars Silberbauer, gestor global de social da Lego. Eu já havia visto esse cara falando uns dois anos atrás, e toda vez é incrível, o cara sabe muito do que ele ta falando. O Lars é o responsável pelo total sucesso da Lego nas redes sociais; 7 anos atrás, a empresa não tinha presença em nenhuma rede, e hoje é a segunda marca com maior engajamento (e era a primeira, até ser ultrapassada pela Red Bull).

Na prática, o que a Lego vende são quadradinhos de plástico para crianças. Em um período em que a infância está cada dia mais curta, e os períodos escolares cada vez mais longos, e com um cenário cada vez mais disruptivo, segundo o Lars, uma marca como a lego tinha 4 cenários pra optar: eles podiam negar o que vinha acontecendo, reagir de forma negativa, abraçar o problema, ou levar a causa tão a sério, que a Lego se tornaria uma agente dessa mudança que vinha acontecendo no macroambiente da marca. E foi exatamente isso que ela fez.

As ações da Lego para mudar esse cenário foram muitas, e por isso depois eu vou escrever um texto só sobre essa palestra, com mais detalhes e tudo que um trabalho desse merece, mas enquanto eu não escrevo, fica aqui um case da lego que está concorrendo a leão esse ano.

Pra mim, os 3 ensinamentos masters do primeiro dia foram:

● O mundo ta mudando muito, e nosso mercado também, quem ficar parado no modelo antigo vai afundar.

● Seja sincero consigo mesmo – ache projetos que te inspiram e corra riscos pra que eles deem certo enquanto você é jovem e não tem filhos pra cuidar.

● Olhe para o Closed Social, e tente colocar sua marca na conversa das pessoas, seja usando boots, seja criando stickers da lego.

Pra fechar os dia, segunda rolou a festa de abertura do festival, com direito ao rei do Burguer King discotecando para comemorar o prêmio de cliente do ano.

15672703_1294038727334326_2432296274751976186_nHenrique Sambi
Crio porque não confio em um mundo sem histórias. Nas redes sociais eu sou o @iquesambi

Os colunistas do Newronio são professores, alunos, profissionais do mercado ou qualquer um que tenha algo interessante para contar.