Normalmente, as comédias românticas são feitas pra serem assistidas em um dia que estamos querendo ver algo mais leve e que não demanda muita atenção. Uma produção que nos permite mexer um pouco no celular sem nos preocuparmos em perder muito a trama do filme. Porém, com o longa “Questão De Tempo” é diferente.
A produção vai muito além do romance em si e traz algo muito diferente do que esse gênero está acostumado: viagem no tempo. O filme conta a história de Tim que está tentando se destacar na sua carreira de advogado e encontrar o amor de sua vida. Entretanto, tudo muda quando seu pai conta a ele que os homens da família foram concebidos com o poder de viajar no tempo.
Isso obviamente muda completamente a vida do advogado. Tudo que ele precisa é entrar num local escuro e pensar na data e local para onde ele deseja ir. De início, ele usa esse presente para reverter alguns erros bobos que ele comete no dia a dia e para ganhar o coração de Mary, uma mulher que ele conhece em um encontro às cegas e por quem acaba se apaixonando.
Contudo, como sempre, mexer com a linha do tempo traz consequências, tanto é que, quando ele resolve ajudar um amigo, ele revive o dia em que conheceu Mary mas perde o horário do encontro e, consequentemente, a chance de conhecê-la. E esse é exatamente o ponto mais interessante do filme: a forma como ele aborda o conceito de viagem no tempo. É algo tão leve que acaba se tornando até orgânico, tirando o ar de ficção. Parece que se o ser humano um dia conseguisse esse “poder”, seria exatamente dessa forma que ele viajaria no tempo.
Depois de ter aparentemente conquistado tudo o que ele mais queria, Tim resolve seguir o conselho de seu pai de olhar sempre para o lado positivo das coisas. Por isso, o advogado começa a reviver todos os dias duas vezes para se frustrar menos com momentos do cotidiano que podem se tornar algo bom. Como quando ele se irrita com uma atendente no mercado e depois revive esse dia e acaba sendo gentil com ela nessa segunda vez. Parece uma coisa boba mas deixa o dia dele, que na primeira vez foi péssimo, muito melhor.
Esse é a principal mensagem do longa: mostrar que a vida pode ser muito mais linda quando paramos de nos frustrar com pequenas coisas e as enxergamos com outro olhar. Não é sobre os grandes feitos e sim as pequenas conquistas do dia a dia.