Já dizia Molière que somos culpados tanto pelo que fazemos quanto pelo que deixamos de fazer. O novo comercial da The Pilion Trust Foundation mostra um pouco disso.

Todos nós temos nossas quase sempre benévolas intenções e nossa opinião sobre a miséria e a triste vida daquelas pessoas que têm menos condições de vida. Mas por que será que tão poucos realmente fazem algo para mudar isso, nem que seja algo tão simples como uma doação?

O tema anda bastante em voga. A campanha #NoBystanders da Stonewall (que já foi tema de um post por aqui) trata do efeito dominó que a violência (seja ela verbal, física, moral, o que for) acarreta. A única pessoa capaz de parar esse ciclo negativo é você mesmo, tomando consciência das suas ações.

Outra campanha recente que teve bastante repercussão, pelo tom pouco abordado, é o Masks Off, que incita os homens a assumirem que a real culpa do estupro não é da mulher, a única vítima de todas essas histórias.

Todos nós convivemos com todo tipo de atrocidades, das apenas faladas até aquelas que vão parar em manchetes de jornais, e ainda assim somos capazes de, como que num processo de amnésia, fingir que nada daquilo jamais aconteceu, que aquelas palavras nunca foram ditas.

Alguns slogans parecem tão óbvios que achamos que não é necessário que sejam expostos. Mas será mesmo? Todo mundo já ouviu alguma história sobre uma mulher que foi morta pelo namorado em algum ataque de ciúmes ou pela simples e infundada suspeita de traição. Nossa própria lei leva o nome de uma dessas mulheres, Maria da Penha.

Mas então por que tantos continuam no silêncio, apenas observadores de todo o mal que acontece em todo lugar? As histórias daqueles que não aceitaram a passividade e se levantaram para lutar também aparecem com certa frequência, e são, em sua maioria, belas, emocionais e impactantes. O David Project é um bom exemplo disso.

Se até mesmo os resultados de não ser apenas um observador são comprovados por tantas dessas histórias, o que ainda falta para que lutemos pelo que acreditamos?

Minha barba. Minha vida.