Falar sobre Pink Money na atualidade é de fato algo um pouco polêmico, tendo em vista que quando falamos nisso estamos falando sobre o dinheiro investido em marcas apoiadoras de causas LGBTQIA+. Então, por qual razão isso seria polêmico?

O Pink Money é a movimentação da economia voltada para o público queer, o que nada mais é que o investimento desse público em marcas e entretenimento que apoiam a causa, mas muita dessa movimentação mesmo gerando visibilidade a essa comunidade acaba sendo percebida apenas como estratégia mercadológica. Ou seja, geram uma movimentação de dinheiro e comoção a curto prazo, muitas vezes com uma parte pequena do grupo, mas não visam realmente a ajudar na transformação social inclusiva em relação a pessoas LGBTQIA+ que é o que deveria acontecer.

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O dinheiro rosa, que movimenta 3 trilhões de dólares ao ano (2017), de acordo com a Community Marketing Inc., não é utilizado somente por marcas, mas também no mundo do entretenimento, principalmente em Hollywood.

A estratégia nesse meio começa antes mesmo do lançamento do filme ou série: muitas vezes até mesmo antes da produção, várias notícias sobre personagens serem LGBT aparecem à tona, mas muitas vezes o que vemos quando assistimos são menções vagas sobre o fato, uma interação de olhares ou até mesmo alguma brincadeira de duplo sentido.

Muitas vezes também o que acontece é um beijo entre garotos ou garotas em algum momento para provocar ciúmes em alguém ou a utilização de estereótipos muitas vezes não fiéis à realidade para um personagem secundário da trama.

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Muito disso acaba deixando a representatividade LGBTQIA+ na tv e no cinema muito precárias ou inexistente, mas isso vem da estrutura de Hollywood que foi constituída por homens, cis, brancos, heterossexuais como diretores e roteiristas, como reflexo da sociedade em que vivemos que ainda está lutando para se desvincular do preconceito e opressão das minorias que merecem ter sua voz e representatividade.

As minorias têm que ganhar espaço no meio audiovisual, mas para que isso aconteça muitas mudanças ainda têm que ser feitas na sociedade, dando espaço não só nas telas a pessoas desses grupos, mas também atrás das câmeras, produzindo, roteirizando, dirigindo e atuando nessas produções, para que histórias mais verossímeis sobre a comunidade sejam representadas nas telas.