Mistério, tensão e desdobramentos psicológicos. Muitos termos são capazes de descrever as obras de Patricia Highsmith, mas nenhuma palavra consegue resumir definitivamente a sua própria história.

Dona de uma infância conflituosa por conta da separação dos pais, Patricia usou o sentimento de tristeza para aflorar o seu talento que – além de transformá-la em escritora – a fez ser reconhecida como artista, símbolo feminista e transgressora de regras sociais. E os motivos de tudo isso? Inúmeros.

Estudante de latim, grego e francês, a escritora não era plural apenas em línguas, mas também em sua forma de produzir conteúdo. O seu primeiro trabalho, “Strangers on a Train” (1950) se tornou um sucesso comercial estrondoso e acabou caindo nas mãos de ninguém mais que Hitchcock.

O romance foi adaptado pelo diretor e recebeu o nome de “Pacto Sinistro” no Brasil. O melhor de tudo isso? Por meio da divulgação cinematográfica, Patricia ganhou fãs no mundo todo. Menos em um local: a sua terra natal, Texas (EUA).

Ela mal imaginava, mas esse drama daria início para outra fase de sucesso em sua trajetória. O seu então próximo trabalho, “The Prince of Salt (Carol)”, acabou sendo recusado pelo seu editor americano – simplesmente por se tratar de um relacionamento lésbico – mas isso não fez com que Patricia abandonasse o projeto facilmente.

Por meio de um pseudônimo (Claire Morgan), a autora promoveu e publicou a obra em 1953, causando uma série de críticas positivas. E o reflexo de tudo isso pode ser enxergado em pleno século XXI, pois uma adaptação do enredo está prestes a ser colocada em cartaz. Assista ao trailer:

O longa contará com a presença da grandiosa Cate Blanchett e de Rooney Mara, considerada a nova Audrey Hepburn. Já a direção do filme é assinada por Todd Haynes

“Carol” faz uma ponte muito interessante com a atualidade. Além de se relecionar um pouco com a vida da autora – que frequentava bares gays e costumava vestir trajes masculinos apenas para impactar as pessoas – a temática do filme é muito interessante no sentido que narra sobre política, costumes e tabus que continuam sendo praticados.

A autora, fotografada nos anos 40, com roupas consideradas atípicas para o gênero feminino 

Patricia Highsmith faleceu em fevereiro de 1995, mas é inegável afirmar que suas histórias continuam vivas e instigando muitos leitores e cinéfilos. Vale aguardar por mais adaptações, não é?

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Nome de rei, força de vontade de plebeu.