Nos últimos anos, o Oscar tem acumulados críticas vindas de todos os lados. Com cada vez mais busca por representatividade, diversidade e igualdade, a premiação mais importante do cinema vinha por anos consecutivos sendo atacada por diversos ramos de ativismo e pressionada por artistas e espectadores para que uma mudança fosse feita. Tendo em vista isso, temos que entender como a vitória de Parasita é um marco para a história de hollywood e um passo que a academia dá na direção certa do avanço.

Primeiramente, podemos ver o histórico de protestos na premiação. Em 2015, Spike lee lançou a campanha “Oscar is so White”, se negou a ir a cerimônia, com ele uma série de atores que viram problema na falta de indicação de atores negros em todas as categorias e aderiram à campanha. Já em 2018, atrizes usaram preto durante a nonagésima premiação como forma de apontar para o escândalo de assédio que foi escancarado em hollywood e que o Oscar fazia questão de ignorar. Por fim 2020 foi marcado pelo “Oscar is so Male”.

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Porém, é importante notar que nunca o cinema mundial foi tão valorizado dentro da celebração mais americana do cinema. Parasita, dirigido pelo sul coreano Bong Jooh-ho chegou a premiação de forma tímida, tal qual filmes estrangeiros são normalmente recebidos pela premiação e em pouco tempo acabou se tornando a estrela da noite. Levando seis estatuetas para casa incluindo as categorias de maior destaque na noite, como melhor diretor e melhor filme.

A edição de 2020 termina a década mais inovadora na categoria de direção de forma especial, pois nos últimos 10 anos apenas 2 diretores americanos levaram o Oscar para casa, sendo um dele a primeira mulher na história a levar. Mas o desse ano é diferente, pois Bong Jooh-ho ganha o primeiro Oscar coreano e surpreende todos ao desbancar Martin Scorsese, Quentin Tarantino e tantos outros nomes de peso e história no cinema hollywoodiano.

A importância de tal feito pode ser ignorada por muitos que desconhecem o histórico do Oscar, porém Parasita foi o primeiro filme não falado em língua inglesa que levou a estatueta para casa. Dessa forma, o Oscar deixa de ser apenas o prêmio por si só e ganha um peso muito maior, pois reconhece agora o caráter global da premiação e entende que a beleza de um filme vai muito além de suas legendas ou origem.

O famoso júri que tantos ganhadores agradecem em seus discursos, é diretamente responsáveis pela diversidade dos premiados. Isso se dá, uma vez que até ano passado a premiação contava com um juri de mais de 6000 membros, porém com pouca diversidade. Eles eram em sua maioria homens, brancos da indústria cinematográfica. Já neste ano, mais de 900 pessoas foram acrescentadas a bancada da academia, 38% dos adicionados são negros e 49% são mulheres, dentre elas a atriz Alice Braga, e a diretora Petra Costa são algumas das brasileiras que se tornaram sócias da academia e que ajudaram aumentar em 6% a quantidade feminina da bancada.

Portanto, quando se fala sobre a necessidade de representatividade de “minorias” em todos os lugares, o Oscar 2020 se mostra como a prova de que tal prática faz a diferença sim e permite maior justiça em premiações. Dessa forma, embora a mudança tenha sido tardia ela se mostra hoje como um passo na direção da igualdade e justiça.

A importância de tal feito pode ser ignorada por muitos que desconhecem o histórico do Oscar, porém Parasita foi o primeiro filme não falado em língua inglesa que levou a estatueta para casa. Dessa forma, o Oscar deixa de ser apenas o prêmio por si só e ganha um peso muito maior, pois reconhece agora o caráter global da premiação e entende que a beleza de um filme vai muito além de suas legendas ou origem.