TV & Cinema

Os Simpsons e a fusão das marcas com seu conteúdo

By Colunistas Newronio

October 04, 2016

Se tem algo que podemos afirmar com bastante convicção é que a maioria da humanidade (incluindo eu e você) já pulou de canal de televisão quando o que assistia antes estava em intervalo comercial. Obviamente, é natural do ser humano evitar o que ele não quer, ou só procurar o que quer no momento em que deseja. E, se com o avanço das novas tecnologias e da mídia, surgiram novos meios e, assim, novos espaços para se veicular propaganda, em resposta a isso empresas criaram até aplicativos para bloquear essas mensagens, atendendo a uma demanda quase que universal.

Esse fato do macroambiente sociocultural sempre jogou contra os esforços de mídia das marcas anunciantes. Com isso, elas se viram diante um grande desafio: como fazer com que as mensagens que querem transmitir sejam interessantes para seu público? A solução (ou uma delas) seria misturar o conteúdo publicitário ao que o consumidor busca por conta própria, de forma que ele não separasse em sua mente o que é o que.

Assim, poucos produtores de conteúdo receberam tão bem essa publicidade disfarçada de entretenimento quanto a série animada Os Simpsons. Ao longo de 28 temporadas, o programa já divulgou inúmeras marcas além da cerveja favorita de Homer, Duff Beer, e da rede de supermercados fictícia, Kwik-E-Mart. A lista de produtos de verdade que já passaram na animação vai de barras de chocolate a computadores.

Este vídeo compila MAIS DE 40 MINUTOS de comerciais que contam com a participação de personagens da série:

Em vez de atores famosos, os garotos propaganda são Homer, Lisa, Marge, e por aí vai; mudando de protagonista de acordo com a ocasião da propaganda. Bart, por exemplo, foi por muito tempo o principal porta voz do doce Butterfingers, a fim de comunicar com um público infantil igual ao conhecido pestinha. Desta forma, essas escolhas feitas para essas propagandas se assemelham bastante às convencionais, a diferença está na assertividade. Quando algo é ofertado por um personagem no meio de um enredo verossímil, é como se isso fosse mais uma situação da trama, adequada e que não se evita.

Outro exemplo muito oportuno é o Burger King, que aproveitou a existência do personagem Krusty, o palhaço, que possui uma rede de fast food chamada “Krusty Burger” na série, para ironizar seu maior concorrente, McDonald’s, cujo personagem de marca também é um palhaço.

Mais que adequadas, interessantes. As propagandas feitas dentro de um dos maiores sucessos da animação mundial o acompanham há anos, mostrando que entrar na piada pode ser um bom negócio.

Texto de Lucas Vigliar