#éoquetemprahj por Mariana Carvalho

Esses dias mesmo estava pensando em fazer um post com esse tema: “Quem são os poetas da atualidade?”. Sinto que meus pais eram mais felizes com seus ídolos do que meus filhos posteriormente serão com os deles e, provavelmente, mais do que sou feliz com muitas das músicas e compositores que ouço atualmente. Seria hipocrisia dizer que eu (até mesmo você, caro leitor) nunca ouvi sertanejo universitário ou funk pancadão, entretanto, isso não quer dizer que tais gêneros são música de verdade (mas quem vai dizer o que é o que?).

Pra mim, música de verdade é Chico Buarque, Elis Regina, Cássia Eller, Cazuza. Pra outra pessoa pode ser Rolling Stones, Beatles, Queen, ou até Ben Harper ou AC/DC. Pode ser Madonna, Pink, Ke$ha, Lady Gaga. Pra mim, música de verdade é aquela com significado, que passa emoção daquele que canta, que conta uma história ou um sofrimento. Que marca algum momento. Isso é música de verdade: seja ela soul, blues, rock, mpb, pop, whatever. Não funk proibidão.

Me veio esse tema novamente à cabeça quando vi circulando por aí o vídeo acima: o compositor Erasmo Carlos cantando “Sou Foda”, do Avassaladores. O objetivo principal do vídeo foi atingido: provocar humor e quebra de expectativa (um cantor cantando uma música que não condiz com seu perfil). Não quero aqui fazer nenhum tipo de crítica ao funk, posso incluir até outros gêneros musicais. Como disse no começo, nada de hipocrisia! Mas, de fato, acho que até mesmo aqueles cantores que estão na minha playlist não são verdadeiros poetas, muito menos inventores de emoções! Não são (e nunca serão) Vinícius, Tom Jobim ou Toquinho.

Falta mesmo, no Brasil, alguns professores poetas para ensinar esses músicos da atualidade o que é uma verdadeira música, ritmo, rima, versos. Há quem diga que a sociedade (hoje muitos mais conectada, dinâmica, on) é quem faz as músicas que ouve. Quanto a isso, não tenho uma opinião formada, mas uma coisa tenho certeza, e que me lembra (e muito) o último filme de Woody Allen, Meia Noite em Paris: a insatisfação constante e irreparável do ser humano em relação a sua época e à sociedade em que esta inserido. Sou insatisfeita. Sempre. E me rendo.

E quem não é que atire a primeira pedra.

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