Sinapse por Flá Nogueira, 17/06/2009
Que a população idosa vem aumentando nos ultimos anos, já não é novidade. A expectativa de vida aumentou nos últimos 20 anos de 63,9 para 71,3 anos e o número de pessoas acima de 60 anos é em torno de 15 milhões. Nesse sentido, o que as empresas tem oferecido para esse mercado que deve dobrar nos próximos 25 anos?
Frequento academia no período da manhã e posso dizer que a maior parte do público é de idosos. Vejo “velhinhos” dizendo orgulhosos do quanto a vida mudou depois que passaram a praticar exercícios: “Eu não sou do tipo que fica em casa pra cuidar dos netos. Preciso me exercitar todos os dias. Não dá pra ficar sem fazer nada” afirmou uma das senhoras enquanto se alongava junto ao professor especialmente treinado para ajudá-la.
Esse tipo de pensamento é muito recorrente nessa nova geração de idosos que tem acesso a uma rotina mais ativa do que as dos idosos de antigamente. Ficar idoso não é mais sinonimo de fim de vida, e sim de uma nova fase para aproveitar e curtir tudo aquilo que antes não pudera. Não é a toa que o termo “Melhor Idade” tem sido tão usado hoje em dia. Reflexo e consequencia dessas mudanças, temos visto o crescente número de pessoas adiando a aposentoria, o que representa uma classe de idosos com maior poder aquisitivo. Segundo uma pesquisa realizada pela Talent e HSBC, 71% dos idosos apontaram que queriam continuar trabalhando o máximo que pudessem. Ainda, seja pelas melhores condições de vida, de saúde e de acesso à tecnologia, é fato que estamos vivendo mais e melhor.
Nesse sentido, algumas empresas tem pegado carona nessa mudança de perfil da população, cujo hábito de consumo se torna diferenciado. É cada vez mais comum encontrar cursos de inglês, aulas de informática, ginástica, pacotes de viagens e até novos apartamentos adaptados às necessidades mais específicos dos idosos. O programa “Viaja Mais Melhor Idade”, é um exemplo de como algumas empresas do setor turístico tem atendido às necessidades desse grupo.
No site casasegura por exemplo, a proposta é oferecer uma casa segura e adequada às necessidades da maturidade.
No entanto, acredito que o que lhes é oferecido ainda não tem grandes proporções na sociedade. Não vejo embalagens com letras maiores ou cores específicas aos idosos. Alguém já viu algum celular com números maiores e menos complexo? Ainda, a maioria dos produtos voltados à esse público tem um apelo relacionado à saúde, previdencia, envelhecimento = fraldas, dinheiro, depressão.
Fico imaginando o que os nossos avós ganham de presente de aniversário, de Natal: De utensílhos de cozinha à roupas sem graça. Gente, não consigo entender como uma Mizzuno ou Nike da vida ainda não criaram um tenis para idosos! Porque além do evidente crescente poder de compra desse grupo, um produto como esse surgiria como opção àqueles que nunca sabem como agradar seus velhos! O Mercado de consumidores é maior do que se imagina!
Vou encerrar esse post com outra frase que ouvi recentemente vinda de uma senhora: “Ah, a padaria nova é muito bonita! Mas não tem lugar pra gente sentar, tomar um café, passar o tempo!”. Meu Deus, ou estou enxergando oportunidades demais onde não existe, ou elas realmente não estão sendo bem atendidas!
Obs. Segundo uma enquete informal do portal Terceira idade, 84% dos usuários acham que faltam programas para a terceira idade na TV.
Espero que até eu envelhecer já tenham inventado algum programa legal pra mim ;p
Vamos Twittar! @doremifla, @newronioespm
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