Certamente a geração atual será reconhecida pelos memes e pelas frases existencialistas. Isso não saiu em nenhuma pesquisa, eu apenas vi em um meme.

Tenho quase certeza que seu Whatsapp ou sua timeline do Facebook já foi tomada por memes. Quer queira ou não, em algum momento em nossas vidas iremos nos deparar com alguma imagem ou vídeo que viralizou graças a atuação dos indivíduos presentes nesse ambiente conhecido como a rede.
Mas afinal, o que é um meme?

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Na sua cerne está o etólogo, biólogo e escritor, Richard Dawkins, também conhecido como o pai do termo meme. E por possuir esta veia mais científica foi atribuído ao fenômeno comunicacional a semelhança com a genética. Por mais estranha que pareça a comparação é possível compreender as similaridades entre um ácido nucléico e uma imagem ou vídeo. A conformidade está no fato que tanto o meme como a molécula se perpetuam por milhares de gerações pelo simples fato das mesmas se repetirem constantemente. A diferença é que o gene está ligado ao indivíduo internamente e o meme à sociedade que o compõe.

Por incrível que pareça, este fenômeno midiático e comunicacional está se tornando cada vez mais explorado em quase todas as instâncias do ambiente comunicacional. O processo de ressignificação que os memes estão passando é tão fundamental para compreender a sociedade contemporânea quanto estudar Bauman ou Lipovetsky. Isso ocorre porque uma mensagem é divulgada e repassada para milhares de indivíduos e os mesmos a aprovam e a compartilham com outros seres humanos. Isso é um fenômeno, algo de importante está acontecendo no mundo contemporâneo e é essa admiração pelo cômico e não usual.
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Porém, o que acontece quando as marcas e veículos fazem o uso deste fenômeno do século XXI? Ao meu ver, quando bem executado, temos um conteúdo de qualidade e que irá se perpetuar: assim como o próprio meme.

Não faz muito tempo que o McDonald’s decidiu trazer uma seleção especial de memes para sua nova campanha do Festival Cheddar. Se não bastasse criar uma música chiclete, como feito no passado, a marca optou por reunir uma série de piadas perpetuadas na internet brasileira e internacional dos últimos anos pra cá. A campanha “Quantos memes você reconhece aqui no #FestivalCheddar do McDonald’s?” está, até o momento, com 9 milhões de visualizações no YouTube e tirando muitas risadas por aí.

Além desta campanha de sucesso, vale mencionar as duas últimas da Brastemp, que também fizeram uma excelente apropriação “memeal”. Dessa vez, mesclaram o passado com o presente em uma jogada que por sua vez mistura nostalgia com adaptação, pois chamaram os dois garotos propaganda das campanhas de 91 “Não é uma Brastemp, mas…” e os colocaram para atuar neste mundo digital e bem distante dos anos 90.

Na primeira tiragem, colocam o Wandi e Arthur indignados com essa nova geração e que eles também tem potencial para fazer parte deste universo.

E nessa mistura de novo com antigo, internet com era à cabo, continuamos no período adaptação da dupla em uma tentativa, cada vez mais cômica, de se equiparar ao mundo digital.

É interessante observar que ao longo dos anos a comunicação se apropriou das expressões e linguagens artísticas para construir o que conhecemos por publicidade. Com o tempo diretores de cinema fizeram comerciais, e até o branded content surgiu como um reflexo desse movimento. Também passamos pela fase da intervenção urbana relacionada à marcas e empresas, e hoje vivemos uma mudança da própria comunicação do ser humano em rede. E mais uma vez, a publicidade está se apropriando desta forma de linguagem para se equiparar ao indivíduo.

Podemos ter inúmeras perspectivas do poder dos memes na sociedade contemporânea: Ou eles são fenomenais e os meios de comunicação devem os apropriar ou será preciso criar além dos memes e torcer para fazer tanto sucesso quanto.

Ps: Nem o Bom Dia Brasil conseguiu escapar das garras dos memes e foi parar na conhecida página do Facebook, A Foca da Meia Noite, página que mistura sons de saxofone com o vídeo de uma foca com um sax (sim, é exatamente esse o propósito da página)

Com o pé na estrada e a cabeça na lua.