Igrejas da Idade Média, Edgar Allan Poe e e Marla Singer, de Clube da Luta, por mais distantes que sejam, têm uma característica comum: são góticos.

A palavra era usada para definir os ostrogodos e visigodos (de ostrogoths e visigoths), povos germânicos que contribuíram para a queda do Império Romano e consequente início da Idade Média (conhecida também como Idade das Trevas). Rapidamente, o termo “gótico” começou a ser empregado pejorativamente, como referência aos ditos “bárbaros”.

Com a queda de Roma, sua estética também passou a exercer menos influência do que antes exercia. Assim, novos estilos surgiram, estilos que valorizavam simbologia religiosa ao invés do realismo e proporção clássicos, criando mudanças na arte em diversos âmbitos.

Durante o Renascimento, então, que valorizava o Classicismo dos gregos e romanos, o período anterior passou a ser visto como inferior, ignorante. Assim, as agora famosas igrejas góticas foram subestimadas por anos, por serem vistas como uma forma de arte que valorizava o obscuro.
vndzndf

Mais tarde, um movimento de poetas e escritores que focavam no sombrio ganhou o mesmo nome. Escritores como Edgar Alan Poe e Mary Shelley (Frankeinstein), agora venerados por suas obras, eram chamados de góticos de forma depreciativa.

De contos de terror a maquiagens e roupas escuras, não vemos um salto muito grande. O interesse pelo macabro continua.

Até hoje é possível ouvir o termo sendo usado de forma difamatória, mas ao decorrer dos tempos, vemos que o “gótico” é sim valorizado, mesmo que depois de seu tempo.

De grão em grão, tanto bate até que fura.