De vampiro a morcego, Robert Pattinson conseguiu acabar com o rótulo de “ator para adolescentes” se tornando um ator excelente tanto em produções alternativas como em blockbusters. Hoje, vamos focar em alguns de seus filmes mais alternativos e que passam despercebidos quando comparados com seus papéis em “Crepúsculo” e “Batman”.

“Good Time” (2017) é um filme da inovadora A24, reconhecida pelas suas narrativas alternativas ao padrão tradicional de Hollywood, no qual, em minha opinião, Robert Pattinson teve seu primeiro brilho como um ator bom e capaz de incorporar narrativas mais sérias. De maneira resumida, o filme é um drama criminal de um bandido de baixa renda que tenta libertar seu irmão da prisão após um assalto que deu errado. Connie embarca em uma noite frenética na cidade de Nova York, buscando dinheiro para pagar a fiança de seu irmão, enfrentando perigos e tendo que lidar com as consequências de suas próprias ações impulsivas. Ao meu ver é um dos principais filmes da A24 (já temos um texto explicando esse fenômeno independente aqui no Newronio) e também um dos melhores filmes da última década.

Pouco tempo depois veio “High Life” (2018), no qual uma ficção científica se une ao abstracionismo. A narrativa acompanha um grupo de criminosos que são enviados em direção a um buraco negro em busca de uma nova forma de energia para a humanidade que precisa mais do que nunca de uma solução extraterrestre para manter sua existência. Robert tem um papel de destaque vivendo Monte, um dos protagonistas na história. A crítica teve opiniões mistas sobre o filme, alguns dos principais jornais e críticos de Hollywood gostaram da narrativa enquanto outros acharam que a diretora não estava pronta para assumir esse projeto; por outro lado, a ótima atuação de Robert foi quase uma unanimidade entre a comunidade.

Talvez o melhor papel de Robert Pattinson, tenha sido em seu filme mais alternativo “The Lighthouse” (2019) também produzido pela A24, dessa vez com um dedinho brasileiro de Rodrigo Teixeira, um filme preto e branco, no formato 1.19:1, com narrativa alternativa retratando a insanidade e misticismo dos cuidadores de faróis em uma ilha isolada em meio a tempestades e mistérios. Robert viveu Ephraim, um jovem com passado traumático que encontra nos faróis uma maneira de viver, contracenando com Willem Dafoe, que também vive uma das melhores interpretações de sua carreira. Apesar de não ser um filme para qualquer um, o filme foi extremamente bem recebido tanto pela crítica quanto pelo público, e as atuações de ambos os atores receberam prêmios importantes tanto no círculo artístico quanto comercial.

Hoje o ator vive Bruce Wayne no universo cinematográfico da DC e faz um excelente trabalho, o que deixa ainda mais claro seu talento destoante e capacidade de incorporar personagens complexos e sombrios; nada mal para o antigo colírio de “Crepúsculo”. Com a recente notícia de que Robert Pattinson assinou um contrato com a HBO para se tornar produtor e sua confirmação para atuar no próximo filme de Bong Joon Ho, diretor ganhador do Oscar de 2019, fica a dúvida se o próximo grande trabalho de Robert Pattinson será na frente ou  por trás das câmeras.

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