O conceito de Open Source já não é mais um bicho de 7 cabeças. Já estamos familiarizados com grandes exemplos, tais quais Linux, WordPress, Firefox, dentre outras dezenas de softwares e apps que buscam transparência, democratização e aprimoramento através de sua base de usuários. No entanto, não é tão comum (entende-se: raro) levar o conceito de Open Source para os bens tangíveis, a parte de hardware.

É aí que entra Marcin Jakubowski. O polonês naturalizado americano, após se formar em Princeton e obter um PhD em física de fusão pela Universidade de Wisconsin, percebeu a pouca aplicabilidade de seu conhecimento na resolução de problemas globais e criou a Open Source Ecology, ou em tradução livre, Ecologia de Código Aberto. Como o nome sugere, sua missão é tornar a Ecologia, que é um assunto relativamente distante, acessível para qualquer um que se interesse em acessar seu site.

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Atualmente a plataforma tem como único projeto o Global Village Construction Set, em que listaram as 50 máquinas essenciais para a existência da vida moderna, e passaram a estudar formas de criá-las com material reaproveitado, de forma barata e efetiva, como principal contraponto à obsolescência programada.

Os feitos são impressionantes: diversas máquinas encaradas como complexas demais foram prototipadas de forma que qualquer um com acesso aos modelos consiga construí-las: desde um trator e um gerador hidrelétrico até uma impressora 3D e uma MicroCasa; são 13 equipamentos em etapa de prototipagem, 35 em etapa de design e 2 em etapa de planejamento. A economia de construir sua própria máquina pode chegar a quase 300.000 dólares, se comparada ao preço de varejo.

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A intuitividade nos manuais é a meta da empresa, mas ainda está longe de se concretizar. O site é pouco claro, e os modelos são difíceis de encontrar; e porque, não há nenhum equipamento 100% pronto.

Apesar de ser uma alternativa sustentável e barateada de máquinas no varejo, realizar protótipos exige dinheiro. Além de contar com grandes doadores, Marcin Jakubowski lançou a plataforma no site de financiamento coletivo Kickstarter em 2011, e atualmente aceita assinaturas mensais de fãs do projeto que querem mantê-lo vivo; para doar, basta acessar o site da OSE.

Texto de Guilherme Almeida

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