Sinapse por Pedro Hutsch Balboni, 29/10/2009 às 14h00
É até meio cansativo falar sobre o Google, de tanto que esses caras aparecem e inovam. A novidade, anunciada antes de ontem, demorou bem mais do que deveria ter demorado para ocorrer, na minha singela opinião.
Todos se lembram do TinEye, certo? Já falamos dele antes, mas se para você ele passou despercebido, trata-se de um buscador onde, ao invés de digitar palavras, você faz o upload de uma imagem, e ele mostra sites que trazem aquela mesma imagem. O Google lançou uma espécie de serviço complementar. É muito simples:
1 – Procure por uma imagem qualquer no Google;
2 – Clique no “Encontrar imagens parecidas”, logo abaixo da imagem que mais lhe e agradar;
3 – E pronto! Você pode ver uma série de imagens parecidas com a que você escolheu.
O serviço ainda está em fase de teste (e é bom lembrar que aquela “setinha” para favoritizar um resultado de busca também estava em teste e acabou saindo do ar, lembram dela?), mas é um ótimo recurso para procurar uma imagem já encontrada, em resolução superior ou com alguma diferença sutil.
Essa conversa toda me lembrou um outro serviço, que põe em risco todo o sistema de ensino do país. Ok, antes de dizer e vocês entenderem errado, estou brincando. Mas com todas essas facilidades da internet, buscadores e informação abandonada por aí, esperando para ser usada, fica mais dificil de separar o joio do trigo, e saber quem cria informação de fato, e quem é apenas um replicante (para não dizer plagiador).
Em escolas e faculdades, a situação se agrava, pois o interesse maior dos alunos costuma ser, infelizmente, passar de ano – e não necessariamente aprender com isso. E para um aluno sem interesse em se desenvolver em determinada área (convenhamos, ninguém deve ter a obrigação de gostar de tudo) a probabilidade de ele simplesmente pegar um conteúdo pronto e não citar a fonte é muito alta. Para evitar, vigiar e punir esse tipo de plágio, algumas universidades (inclusive a ESPM, cuidado!) já estão usando o Safe Assign, um serviço que pode encontrar todas as fontes de um texto. O professor vai lá, sobe o pdf do arquivo, e todas as partes copiadas são flagradas.
Por enquanto, o serviço ainda é exclusivo para quem quiser pagar por ele, mas dou no máximo dois anos para alguém abrir um similar freeware e ganhar dinheiro, provavelmente, com publicidade por isso. os impactos nas produções futuras da humanidade? Não sei, provavelmente a exigência ficará maior, o que força também um nível de qualidade média melhor nas produções textuais. Talvez a cambaleante lei de direitos autorais consiga encontrar algum amparo também com esse tipo de ferramenta. E lógico, é preciso bom senso ao usar essa ferramenta, hoje já não é mais possível fazer um texto 100% próprio.
Eu ainda acho que demorou pro Google também usar o TinEye como benchmarking e abrir um espaço para dar upload em arquivos, e acho que ele é um forte candidato para a versão freeware do Safe Assign. De qualquer forma, é inegável que o Google continua um passo à frente de nós. Não, alguns passos à frente.
Twitter @phbalboni @newronioespm
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