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O sucesso e a tragédia de marcas ativistas

By Danilo Guerrero

April 05, 2017

Já discutimos anteriormente aqui no blog como as marcas são cobradas por expressarem opiniões sobre assuntos que as envolvem, sejam políticos ou sociais. Ontem (04/04/17) foram lançadas duas campanhas que mostram claramente como uma marca consegue reestruturar seu posicionamento e sua imagem perante os consumidores e outra que quer entrar em um assunto delicado, mas por não estudar muito bem o universo politico e a relação das pessoas com esses movimentos, acaba degradando a imagem da marca. Estamos falando da nova campanha da Skol e da nova campanha americana da Pepsi.

Recém lançada e ja retirada do ar, a nova campanha americana da Pepsi causou muita intriga na internet, e com muita razão.

A campanha tem como música de fundo “Lion” de Skip Marley, que fala sobre diversidade e a opressão do governo sobre minorias e protestos. O filme estrela Kendall Jenner, uma modelo da “panelinha” das Kardashians, que interrompe o seu ensaio fotográfico para se juntar a um protesto, onde se põe a frente de um policial (desarmado) e o entrega uma Pepsi. Depois disso todo o comercial comemora e começa a dançar.

via GIPHY

A campanha arrisca colocar a marca dentro de um protesto, em tempos de Trump e de hashtags como #resist, sem deixar claro o que quer falar. A Pepsi tentou se posicionar em um assunto polêmico sem tomar partido claro, além de representar o cenário do protesto de uma forma nada verossímil com um protesto de verdade. Essa falta de clareza permitiu que os consumidores tirassem suas próprias conclusões a respeito da campanha, surgindo diversos comentários negativos nas redes sociais. A marca perdeu controle da situação e retirou o filme do ar.

Grande parte dos americanos se irritaram com a campanha, pois, independentemente da posição política deles, a Pepsi não representou ninguém e ainda colocou seu produto como a solução para os problemas internos americanos. Dessa forma, comentários como “uma socialite e uma lata de água com açúcar vai resolver qualquer problema nosso, agora” se tornaram frequentes, além de comparações do que acontece no comercial e o que acontece em um protesto real.

Por outro lado, a nova campanha da Skol, “Skolors“, deixou clara a nova cara da marca e se colocou de forma coerente e consistente dentro de uma discussão social polêmica. A campanha lança as novas latinhas cor de pele da Skol e esclarece que não importa a cor, o gênero ou classe social, todos são iguais e festejam sua beleza de forma própria.

Hoje, as marcas precisam sempre deixar claro o que apoiam e o por que apoiam certas causas ou posições políticas. Em um mundo com repercussão quase que imediata, todo cuidado é pouco.