Já discutimos anteriormente aqui no blog como as marcas são cobradas por expressarem opiniões sobre assuntos que as envolvem, sejam políticos ou sociais. Ontem (04/04/17) foram lançadas duas campanhas que mostram claramente como uma marca consegue reestruturar seu posicionamento e sua imagem perante os consumidores e outra que quer entrar em um assunto delicado, mas por não estudar muito bem o universo politico e a relação das pessoas com esses movimentos, acaba degradando a imagem da marca. Estamos falando da nova campanha da Skol e da nova campanha americana da Pepsi.

Recém lançada e ja retirada do ar, a nova campanha americana da Pepsi causou muita intriga na internet, e com muita razão.

A campanha tem como música de fundo “Lion” de Skip Marley, que fala sobre diversidade e a opressão do governo sobre minorias e protestos. O filme estrela Kendall Jenner, uma modelo da “panelinha” das Kardashians, que interrompe o seu ensaio fotográfico para se juntar a um protesto, onde se põe a frente de um policial (desarmado) e o entrega uma Pepsi. Depois disso todo o comercial comemora e começa a dançar.

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A campanha arrisca colocar a marca dentro de um protesto, em tempos de Trump e de hashtags como #resist, sem deixar claro o que quer falar. A Pepsi tentou se posicionar em um assunto polêmico sem tomar partido claro, além de representar o cenário do protesto de uma forma nada verossímil com um protesto de verdade. Essa falta de clareza permitiu que os consumidores tirassem suas próprias conclusões a respeito da campanha, surgindo diversos comentários negativos nas redes sociais. A marca perdeu controle da situação e retirou o filme do ar.

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Grande parte dos americanos se irritaram com a campanha, pois, independentemente da posição política deles, a Pepsi não representou ninguém e ainda colocou seu produto como a solução para os problemas internos americanos. Dessa forma, comentários como “uma socialite e uma lata de água com açúcar vai resolver qualquer problema nosso, agora” se tornaram frequentes, além de comparações do que acontece no comercial e o que acontece em um protesto real.

Por outro lado, a nova campanha da Skol, “Skolors“, deixou clara a nova cara da marca e se colocou de forma coerente e consistente dentro de uma discussão social polêmica. A campanha lança as novas latinhas cor de pele da Skol e esclarece que não importa a cor, o gênero ou classe social, todos são iguais e festejam sua beleza de forma própria.

Hoje, as marcas precisam sempre deixar claro o que apoiam e o por que apoiam certas causas ou posições políticas. Em um mundo com repercussão quase que imediata, todo cuidado é pouco.

 

O menino alto apaixonado por desenho, música, comida e viagens. Canal Off, eu te amo.