Steve McCurry é um fotógrafo nascido na cidade de Filadelfia, na Pensilvânia, em 1950.

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Formado em cinema, foi na Universidade Estadual da Pensilvânia que Steve teve seu primeiro contato com a câmera. Começou a produzir imagens para o jornal da universidade e se fascinou pela fotagrafia. Como ele diz, diferente do cinema, que exigia uma continuidade, as fotos são desconectadas e diretas, rápidas e espontâneas, o que chamou sua atenção.

Aos 27 anos, com o espírto aventureiro e selvagem, juntou as poupanças e partiu para a Índia, pelo simples motivo de nunca ter viajado para aquele canto do mundo. O plano era passar 12 semanas viajando, mas passou dois anos. Steve ficou encantado com a região, os costumes e a cultura do país. A mistura da vida arcaica com a moderna e da extensa desigualdade social impressionou o fotógrafo que chegou a voltar 84 vezes para o país em menos de três anos.

A vontade de viajar o mundo o levou à fronteira entre o Paquistão e a região norte do Afeganistão. A região passava por revoltas com população fortemente armada visando expulsar as forças do governo que incendiavam os vilarejos. Diante daquela situação, Steve queria se aproximar daquele conflito e fotografá-lo de perto. Assim entrou ilegalmente no Afeganistão, sem passaporte, seguindo apenas rebeldes desconhecidos.

Ele conta que foi um dos momentos mais difíceis de sua carreira, pois não conseguia se adaptar a culinária afegã e constantemente deveria seguir longas caminhadas a pé sob o escaldante sol. Mas foi ali, deixando a barba crescer e careca para se parecer mais com o grupo, que registrou de muito perto (próximo inclusive das linhas de frente) a guerra. Suas fotos foram publicadas e geraram um enorme impacto, interessando todos a respeito do conflito.

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Entre as fotografias publicadas,”A menina afegã”, capa da National Geographic em Junho de 1985, fez Steve McCurry ganhar os principais prêmios de fotografia. Entre eles o Prêmio Medalha de Ouro de Robert Capa como melhor reportagem fotográfica, uma premiação dedicada apenas aos fotógrafos que exibem coragem e iniciativa. A capa se tornou a mais famosa dos 120 anos da revista e uma das fotografias mais reconhecidas de todos os tempos.

Em janeiro de 2002, uma missão da National Geographic viajou com a missão de localizar a famosa garota da capa. A operação foi um sucesso e finalmente descobriram o seu nome: Sharbat Gula. A história da expedição foi contada em uma edição de Abril de 2002.

Os olhos esmeralda da afegã se tornaram um símbolo da miséria e sofrimento do povo afegão.afgrl-10001

Daquele momento em diante, Steve McCurry se especializou em retratar pessoas em áreas de conflito. Ele esteve na guerra Irã-Iraque, em Beirute, no Camboja, nas Filipinas, na guerra do Golfo, na desintegração da antiga Iugoslávia, Tibet e no Iêmen. 

Mas ele não se considera um fotógrafo de guerra. Seu objetivo é retratar a realidade humana durante esses conflitos, sempre tentando parecer invisível ao cenário, para fotografar a cena da forma mais verdadeira e espontânea possível. 

É claro, que durante todos os anos de carreira, viu momentos desagradáveis: “Tive o privilégio de estar presente em muitas dessas ocasiões e de fotografar gente em seus momentos menos resguardados. Mas também testemunhei cenas perturbadoras. Em minha primeira viagem à Índia, fui a Varanasi, à beira do rio Ganges. E ali testemunhei uma matilha de cães devorando uma carcaça humana – muitos corpos são cremados na beira do rio sagrado. Aquele, porém, acabou voltando à margem. Os cães agiram de modo natural, mas foi horrível.”

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O fato é que Steve McCurry uniu suas duas paixões: viajar e fotografar. Como ele mesmo diz: “Não que eu seja obcecado por lugares problemáticos e tampouco estou tentando bater algum recorde de milhas voadas. O que acontece é que, simplesmente, nada me atrai tanto quanto explorar o mundo com uma câmera na mão. Para mim, tanto as diferenças como as semelhanças entre os povos são igualmente fascinantes.”

Em seu trabalho, o fotógrafo faz questão de enriquecer a foto com cores fortes. Uma marca de seu trabalho que surgiu inconscientemente. Para ele, o importante mesmo é deixar a imagem gravada no cérebro de quem a vê, mérito que acha que nunca conseguiu.

Ele ainda defende que a fotografia não é Arte. O que a torna arte é o tempo. Ele cita as fotografias de Henri Cartier Bresson como exemplo, em que na época, eram apenas fotos para documentar o momento vivido. Nos dias atuais, são obras de arte expostas em museu.

Hoje, ele possui fotografias nos seis continentes, em incontáveis países. Sempre buscando a paz a partir da fotografia. Para ele, fotografar é uma maneira de focar no presente, esquecendo o ontem ou o amanhã, pensando apenas no momento. Essa profunda concentração, que o deixa hiper atento, é como uma forma de meditação. É encontrar a paz pelas lentes, e se orgulhar de todo o esforço necessário.

Confira abaixo um pouco de seu trabalho em diversos países:

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vindo de outros tempos mas sempre no horário.