A 91ª edição do Oscar está prestes a acontecer no dia 24 de fevereiro, e para preparar você que é fã de premiações (assim como a gente) nós do Newronio estamos preparando uma lista de posts novos para cada um dos indicados a melhor filme.

O filme da vez será Infiltrados na Klan, do famoso diretor Spike Lee. O filme é baseado em fatos reais e conta a história de Ron Stallworth (John David Washington), um policial negro do Colorado que conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan local. Ele se comunicava com os outros membros do grupo por meio de telefonemas e cartas, quando precisava estar fisicamente presente enviava um outro policial branco no seu lugar (Adam Driver). Depois de meses de investigação, Ron se tornou o líder da seita, sendo responsável por sabotar uma série de linchamentos e outros crimes de ódio orquestrados pelos racistas.

O longa está concorrendo a 6 categorias ao Oscar. Na categoria de melhor filme ele está enfrentando vários concorrentes como o Bohemian Rhapshody, Vice e a Favorita. Mas é um filme que esteticamente foi muito bem construído, o roteiro foi adaptado com eficiência do trabalho real do livro de Ron Stallworth “Black Klansman”. E consegue relatar muito bem a situação que o policial viveu naquela época e toda a falta de respeito e discriminação que sofria pelos próprios colegas de trabalho.

O diretor Spike Lee, construiu muito bem o filme e podemos notar nitidamente a sua genialidade e seu humor sarcástico nas maiorias das cenas. O que deixa o filme esteticamente eficiente, detalhista e com a marca dele presente nas maiorias cenas. Entretanto, Spike já foi muito injustiçado no Oscar em seus filmes que também retratam sobre o racismo. Como “Faça a coisa certa” (1989) e “Malcom X”(1992). Onde ele deveria ser um nome para se destacar na premiação desses anos. Mas, como o Oscar vem sofrendo com problemas do tipo “White Oscar”. A premiação aprendeu com isso, e agora deu para o diretor o seu devido lugar na cerimônia.

Adam Driver também ganha seu devido destaque na cerimônia como melhor ator coadjuvante pelo seu papel como o policial branco e Judeu que tem a função de se passar como Ron. Ou seja, ele tem que aprender a falar igual ao verdadeiro Ron, mudando sotaques, palavras e expressões. Além de, esconder sua própria religião. Tudo isso para conseguir ganhar a confiança do maior número de pessoas na Klan. Ou seja, para estar aí nessa cerimônia Adam tem grandes chances de sair o ganhador dessa categoria.

Por fim, o filme por si só é uma grande crítica social. Em um momento do filme Ron conversa com um policial sobre os planos de David Duke, então líder da Ku Klux Klan, de transferir discursos de ódio para o campo político e, assim, preparar o terreno para a eleição de um presidente alinhado com ideias racistas. Espantado, Ron Stallworth rebate: “Os americanos jamais votariam em alguém assim.” E depois disso, Spike faz um timing cômico na filmagem do diálogo, como se ele estivesse acenando para o espectador. A mensagem do cineasta, claro, é a de que décadas depois os americanos colocariam na Casa Branca Donald Trump, presidente que acumula uma longa lista de frases racistas.

Os créditos finais, são de arrasar e aterrorizar qualquer um, pois mostra que que a sociedade ainda está ultrapassada e que o racismo e o Ku Klux Klan está mais presente nos dias atuais do que imaginávamos.

O longa em si está indicado em seis categorias do Oscar sendo elas: melhor filme, melhor diretor (Spike Lee), melhor ator coadjuvante (Adam Driver), melhor roteiro adaptado, melhor edição de som e melhor trilha sonora.

Um beijo, um abraço e um carinho amoroso a todos.