Nenhum filme é feito apenas pelo prazer de fazê-lo. É papel do diretor e sua equipe passarem a mensagem da história que estão contando, e para fazer isso são utilizados os mais diferentes recursos narrativos durante a produção, como a perseguição de carros nos filmes de ação ou talvez até algo mais sutil, como uma frase repetida no início e no fim do longa, para dar ênfase.
Um dos recursos mais curiosos e talvez mais interessantes do mundo do cinema é o MacGuffin, popularizado por Alfred Hitchcock e perpetuado até hoje por grandes nomes como Quentin Tarantino e George Lucas. Macguffin é um termo aplicado a algum objeto no filme cujo único propósito é motivar o personagem e impulsionar a história.
O uso mais popular que Hitchcock fez desse método foi no filme North by Northwest, em que os espiões procuram por “segredos governamentais”, e isso é toda a informação recebida pelos espectadores (e por Cary Grant). Após o fim do filme, saber mais do que isso nem é relevante, comprovando a explicação do próprio mestre do terror sobre MacGuffins: “eles são, puramente, nada demais!”
Ainda parece muito confuso? Há vários outros exemplos do recurso na história do cinema. Dentro do gênero de filmes de espião, um MacGuffin clássico é o Rabbit’s Foot em Missão Impossível 3: durante toda a trama, Ethan persegue este objeto, mas em nenhum momento ele descobre o que ele é, propriamente; portanto, os espectadores também não. Mas isso em nenhum momento deixa brechas no enredo. Pelo contrário: no final, estamos satisfeitos como espectadores porque o que importa sobre os filmes da franquia continua lá, embora uma explicação sobre o Rabbit’s Foot nunca tenha sido dada.
Em sua essência, podemos concluir que o MacGuffin é o elemento que importam mais para os personagens do que para quem está assistindo, e poderiam ser até trocados por qualquer outro objeto e a trama continuaria a mesma.
No entanto, não são todos os cineastas que concordam sobre a definição desse recurso. George Lucas, por exemplo, afirmou uma vez que na franquia Star Wars há um MacGuffin: R2D2. A fala gerou muito debate, afinal vários fãs têm um carinho especial por ele e acreditam que o droid é uma parte fundamental do andamento da trama. Outro suposto MacGuffin que gera muito debate é o Rosebud, em Cidadão Kane, que por ser explicado no fim do filme pode não fazer parte do recurso.
Vamos considerar então apenas os exemplos mais clássicos, como o Rabbit’s Foot ou até mesmo a maleta de Marcellus em Pulp Fiction, e continuar a procurar pelos MacGuffins escondidos nos filmes: objetos que nos levam até um certo ponto na história, mas no fim do dia são completamente absurdos. No próprio exemplo do mestre dos MacGuffins, Alfred Hitchcock: “são como aparatos para caçar leões nas montanhas escocesas”.
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