Pedro Martinelli é um fotógrafo brasileiro nascido em 1 de janeiro de 1950.

Ele que já pegou malária dez vezes, tem muito a mostrar.

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O paulista se firmou como um fotógrafo que sempre esteve disposto a viajar por lugares remotos e encarar pautas difíceis. Por isso já fotografou greves, revoluções, moda, futebol e, principalmente, a Amazônia.

Em 1970, quando Pedro tinha apenas 20 anos de idade, o governo militar impôs o Plano de Integração Nacional, que iniciava a construção de rodovias que cortavam a floresta amazônica. Então foi chamado pelo jornal O globo para cobrir junto com os irmãos Cláudio Villas-Boas e Orlando Villas-Boas a tribo Kranhacãrore, que depois passou a se chamar Panará.

Durante três anos, se arriscou na vida da floresta sem medo, descobrindo a dificuldade que é realizar uma documentação fotográfica profunda, numa região imensa, desconhecida e onde o que dá o ritmo é a natureza.

Ele tinha uma missão bem clara dada pelo chefe do jornal: “Você só sai de lá quando você fotografar essa tribo”.

Não foi uma tarefa nada fácil fotografá-la. Como eles raramente apareciam para os expectadores, muitas procuras foram em vão.

Mas a equipe não desistiu. Certo dia, gritos surgiram no meio da mata. Pedro teve apenas uma certeza: eram os Panará. A equipe não perdeu tempo e embarcou rumo ao outro lado do rio para documentá-los. Na canoa, o fotógrafo não parava de ver vultos,rastros e tudo que se possa imaginar, menos um Panará. Ao chegarem na margem do rio, um dos índios se aproximou e esticou um arco na cara de Cláudio Villas-Boas, paralizando todos. Como ele estava sem camisa e sem nenhum tipo de arma, Cláudio fez gestos de corpo limpo. Naquele momento, a tensão e medo tomaram conta de todos. Pedro só conseguia pensar que o índio iria matar seu companheiro.

Mas o Panará abaixou o arco para alívio da equipe. O fotógrafo aproveitou e saiu correndo pela lateral do mato para registrar sua primeira foto de um dos “índios gigantes”.

Para o fotógrafo, a foto proporcionou a maior emoção jornalística de sua vida.

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Tanto Cláudio quanto Orlando sabiam que, embora a expedição tivesse por objetivo salvar os índios, o contato em certa medida resultaria no fim daqueles que eles imaginavam ser os últimos isolados. ” 

Os registros do fotógrafo continuaram 25 anos mais tarde com o reencontro da tribo. Dessa vez, Pedro estava por conta própria, sem a pressa dos prazos e as chatisse dos editores de Jornal. Assim, pôde se empenhar em documentar o cotidiano do homem da Amazônia.

O ambiente, é claro, já estava totalmente diferente, principalmente depois do vendaval predatório das madereiras, das empresas agropecuárias e dos garimpos que se instalaram no rastro da estrada.

Confira algumas fotografias de Pedro Martinelli da tribo Panará.158nasouri

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O fotografo ainda explorou outras partes da Amazônia pelo restante de sua vida.

Passou a fotografar não só tribos mas também o cotidiano daqueles que vivem nas margens de rios. Com o trabalho lançou três livros “Amazônia o Povo das Águas”, “Mulheres da Amazônia” e o seu mais recente “Gente x Mato”.

As fotografias demonstram a relação profunda do fotógrafo com o ser humano e o seu fascínio em registrar a alegria das pessoas em comunidades amazonenses.

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Além da sua relação fortíssima com a Amazônia, o fotógrafo também tem uma grande história no fotojornalismo.

Depois de registrar muitos Fla-flus hoje ele possui na carreira 4 copas do mundo fotografadas. Todas com a companhia do jornalista Juca Kfouri.

Mesmo após passar muito tempo na Amazônia, para ele que não gosta de futebol, um campo de futebol é muito mais familiar: “Eu tenho noção do que pode acontecer numa Copa do Mundo, mas na Amazônia, não. Quanto mais você anda, mais você tem noção do quão insignificante você é perto daquilo”

Abaixo algumas das fotos icônicas de Pedro Martinelli nos estádios.

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Pedro Martinelli realmente gosta de pautas difíceis e desafios que exigem o máximo do fotógrafo.

A ousadia do paulista permitiu ser reconhecido como um dos mais importantes fotógrafos brasileiros, ganhando diversos prêmios pelas suas fotos precisas e históricas, feitas apenas com suas câmeras.

Ele também registrou os golpes de Estado na America Latina, a guerra da Nicarágua e as eleições de Papa, além das Olimpiadas e diversas campanhas publicitárias.

Abaixo algumas das suas fotos marcantes como fotojornalista.

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Incêndio edifício Joelma.

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Um fotógrafo que explorou o limite da fotografia na cidade e o limite da aventura na floresta. Um homem sem pré-conceitos que marcou a fotografia brasileira.

 

vindo de outros tempos mas sempre no horário.