Pelo menos em algum filme que você assistiu na sua vida, havia um personagem perturbado, deprimente, desmotivado e inconformado com tudo a sua volta. Muitos poderão dizer que esse personagem segue os ensinamentos do grande filósofo Friedrich Nietzsche e é intitulado o niilista da narrativa. Semanticamente ser niilista é estar descrente com um ou mais aspectos da nossa própria existência e vida.

De fato, há inúmeros personagens dentro da indústria que sustentam, muito ou pouco, essa filosofia de vida e são colocados na própria narrativa para trazer de fato um certo questionamento sobre nós mesmos. É quase que inerente à nossa característica humana questionar nossa existência e há diversas formas de arte e cultura que expressam isso, os personagens de filmes nos parecem mais interessantes e atrativos, pois eles são interpretados por pessoas reais e os escutamos, dessa forma a interpretação e entendimento se torna algo mais digerível.

adDWeaqDr Manhattan de Watchmen

Porém, dentro de todo esse niilismo e problemas existenciais, o que Hollywood tem feito, e não é culpa dela, mas sim de uma má interpretação histórica, é dizer que Nietzsche de fato era um niilista, pessimista e descrente com o propósito da vida. O que o alemão pensou foi acerca dos princípios éticos e morais que sempre foram instituídos pela sociedade católica/cristã e que muitas coisas que pensamos como convenções estão erradas. No vídeo abaixo, a Slate Magazine explica melhor como esses erros foram capaz de moldar toda um perspectiva que temos sobre Nietzsche e sua visão sobre nossa realidade.

Confira abaixo.

Woody Allen, Terrence Malick, Paul Thomas Anderson, Lars Von Trier, Pasolini e muitos outros diretores trouxeram seus personagens e longas dentro dessa lógica niilista/existencialista e repleta de debates, pois o questionamento sempre é válido, mas Nietzsche nunca foi tão deprimente assim.

Ps: Rust Cohle de True Detective, ainda é meu niilista preferido, mesmo que o eterno retorno não seja uma verdade, mas sim uma questionamento sobre nós mesmos.

Com o pé na estrada e a cabeça na lua.