Antes de Moonrise Kingdom e O Grande Hotel Budapest, Wes Anderson começou a esboçar seu nome como diretor com seu segundo filme, Rushmore ou Três É Demais (de 1998).

Citado muitas vezes como o mais realista e auto-biográfico filme do diretor, Rushmore, mesmo sem a verba dos demais filmes dele, já apresenta sintomas do que um dia seria a estética própria de Wes Anderson.

O filme já usa a simetria que agora é quase um sinônimo do diretor, mas não deixando com que ela se sobressaia em relação ao enredo, o que muitos criticam em suas obras atuais. O fato do filme ter sido filmado em locação, ou seja, sem sets montados, faz com que vejamos as técnicas de Anderson aplicadas a cenários familiares e realistas.

Especificamente baseado em sua adolescência, Rushmore foi filmado no colégio em que o diretor estudou, além de tratar o excêntrico Max, claramente semelhante a um jovem Wes Anderson. Ambos buscam dirigir de forma meticulosa, e nem sempre são aceitos por suas obras, as peças de Max e os filmes de Wes.

A estrutura em capítulos é algo também utilizado em outros filmes do diretor, sendo um dos elementos, junto da estética que muitas vezes parece ilustrada com pastéis, que dão aos seus filmes um ar que os assemelha a livros.

Além disso, vemos em Rushmore o início do uso da música como ditador de tom nos filmes de Anderson, com uma gama de músicas ecléticas que mostra a habilidade do diretor de trazer clássicos mais “obscuros” a um novo público.

Uma análise mais profunda sobre Rushmore e suas repercussões para as demais obras do diretor no vídeo do ScreenPrism:

De grão em grão, tanto bate até que fura.