Richard Hamilton, considerado como o pioneiro da Pop Art, apresentou ao mundo algo inédito e inovador ao processar imagens publicitárias e apresentá-las como arte. Essa prática se tornou corriqueira e na esteira vieram muitos outros artistas e até movimentos que subverteram a propaganda, transformando-a ou substituindo-a por arte (o post sobre Brandalism fala um pouco disso).

Mas os anos 50, época dos Mad Men, os homens que moldaram o mercado de propaganda tal qual os conhecemos (que foram apresentados pelo belo seriado de mesmo nome), não viram apenas a arte se apropriando da propaganda. O contrário também foi verdadeiro.

E ninguém é maior prova disso do que Mac Conner. Prova Viva, aliás. Completando 101 anos em novembro, o artista foi um mad men, responsável pelas ilustrações tão características do período. Juntando as teorias de composição e cor da Bauhaus, os planos não convencionais de fotógrafos como o russo Rodchenko e influências dos cartazes do mestre da impressão Toulouse-Lautrec. Tudo isso com muito bom gosto.

Suas pinturas, todas feitas à mão, são um reflexo da sociedade da época: a quase negação da existência de diferentes etnias pelas ruas dos EUA; o papel sempre submisso da mulher, que via em produtos e momentos solitários seu “momento de liberdade”, bem como a grande reverência ao american way of life. O sonho americano nunca voou tão alto quanto naqueles tempos.

Com toda a sua contribuição para a nossa cultura, pela primeira vez Mac ganha uma exibição solo no Museu de Nova York, sendo talvez o artista mais velho a estrear em um museu.

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Minha barba. Minha vida.