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O futebol respira sem aparelhos

By Colunistas Newronio

March 15, 2016

Mineirão, 8 de julho de 2014, Brasil e Alemanha subiam as escadas do vestiário rumo ao gramado. Na última década o futebol brasileiro não vem exatamente agradando aos torcedores, a popularização dos principais campeonatos europeus e a empatia que a nova geração vem criando com os gigantes do velho continente é prova disso. O melhor futebol do mundo não acontece mais em terras tupiniquins, agora, só existem resquícios nas arquibancadas vazias.

O futebol começa a respirar sem aparelhos. Em meio a selfies, novos ricos do futebol e ao arco íris de chuteiras em campo, a marca inglesa Umbro lança a campanha da nova coleção de chuteiras Black Pack. A campanha busca reviver os momentos áureos do esporte a partir de figuras icônicas da história do futebol.

Quem não tem saudade do zagueiro que não ri? Do atacante que não cai? Ou da camisa dentro do calção e meião abaixado?

Seleção brasileira pentacampeã em 2002

Mas, por que nos últimos anos essa explosão de cores, brilhos e formatos atingiu as chuteiras? Simples. A diferenciação das marcas foi se tornando algo crucial para os concorrentes do negócio; chamar a atenção para os jogadores patrocinados e produtos durante o evento se tornou o alvo preferido das empresas, principalmente devido a enorme audiência em eventos como a Copa do Mundo ou a Champions League.

Seleção brasileira de 2014, um carnaval em campo, não só as chuteiras.

Na Copa do Mundo de 2014 marcas como Adidas, Nike e Puma buscaram atrair a atenção para os pés dos jogadores com combinações de amarelo e laranja gritantes, bolinhas e efeitos monocromáticos e até um pé de uma cor e outro de outra. De todos os quase 600 jogadores presentes no Brasil em 2014, só o goleiro iraniano Alireza Haghighi entrou em campo com as clássicas chuteiras pretas.

A marca ainda buscou nos torcedores que não se conformam com a atual situação do universo futebolístico brasileiro uma fonte inesgotável de nostalgia que foi reproduzida em seus prints no Facebook. Afinal, uma relação tão emblemática e misteriosa entre um esporte e um país não se tornaria histórica sem sua principal estrela.

O cenário de diferenciação se repete, mas agora para a mão inversa, com as chuteiras pretas a Umbro busca recuperar a essência e orgulho que tanto pesa no coração do torcedor brasileiro. O cronista abre um sorriso no túmulo, os velhos tempos estão voltando.

Texto de Vittorio Laginestra