O Facebook e Twitter já viraram redes sociais de textões políticos e discussões a algum tempo. No mundo inteiro, são cerca de 1.44 bilhões de pessoas que acessam o Facebook, quase metade da população mundial que tem acesso à internet. Se pensarmos nesses internautas como consumidores, o que são, é quase impossível uma marca não estar presente nessas plataformas cheias de discussões e ativismo político. A questão é, como uma marca, presente nessas plataformas, deve se relacionar com ativismo? Tomando posição, só comentando ou se isentando? Tudo isso está sendo cada vez mais cobrado por parte dos consumidores.

Todo esse cenário culmina no que hoje presenciamos com o “ativismo econômico”, onde os valores das marcas estão entrelaçados e indistinguíveis dos valores de seus consumidores. Dessa forma, teóricos do mercado separaram os ativismos que envolvem uma marca em 5 tipos .

O ativismo por parte dos consumidores acontece principalmente por parte da interação que as pessoas tem com as marcas, via redes sociais. Um exemplo é a #deleteuber entrar para a lista de top trends do Twitter, após o uber oferecer tarifas baixas durante um protesto contra as ações anti-imigração. Os consumidores entenderam que a empresa estaria se aproveitando dos protestos e a empresa perdeu cerca de 200.000 clientes.

O ativismo por parte de marcas acontece quando uma marca esclarece seu posicionamento em relação a uma discussão, procurando não deixar uma interpretação mais ampla para os consumidores. Um exemplo muito bem executado são as últimas campanhas das cervejarias Corona e Budweiser, uma delas mostra que quem construiu os Estados Unidos foram imigrantes e a outra mostra que a América é composta por 35 estados unidos, do Ushuaia ao Alaska. Todas essas ações demonstram uma volta do populismo praticado por marcas, resultante da desconfiança dos consumidores atuais em instituições tradicionais como o Estado e as Mídias clássicas.

https://www.youtube.com/watch?v=7ZmlRtpzwos

No Brasil temos o caso do Habib’s, que durante os protestos Fora Dilma foi a favor e inclusive forneceu materiais de campanha com o slogan “Fome por Mudança”. Após algumas críticas por parte dos consumidores, a empresa não se posicionou mais para certo lado da discussão mas continuou presente de forma inteligente e imparcial, com campanhas como “Sim para a coxinha de mortadela”e “Grafite”.

Outro tipo de ativismo é o feito por parte dos funcionários das empresas/marcas. Os funcionário também são consumidores e apresentam poder de fala em suas redes sociais. Cuidar de seus funcionários deve ser a maior preocupação de toda empresa que zela por sua marca. Os ideais que uma marca planeja passar através das suas ações de comunicação só de fato ocorrem quando os funcionários estão satisfeitos e acreditam no que eles estão trabalhando, caso contrário furos em ações e em conceito de comunicação podem se tornar recorrentes.

Existe também o ativismo que envolvem influenciadores, onde marcas contratam personalidades da internet para repassar seus ideais. Recentemente, PewDiePie, após se envolver em escândalos com piadas anti-semitas, teve o corte de patrocínio de marcas como Disney e YouTube, que foram pressionadas a cortar relações com uma pessoa que não mais se alinhava aos valores das marcas.

Por último, existe o ativismo por parte da mídia. Esse acontece desde antes da internet, onde cada meio de comunicação aborda um ponto mais interessante para a visão de seus consumidores. Contudo, com a popularização de notícias em redes sociais é possível perceber opiniões e grupos de discussões cada vez mais polarizados. Dessa forma, com o poder de compartilhamento, o ativismo envolvendo mídia se transformou em algo muito mais forte e presente.

revistas

O grande desafio das marcas e gerenciadores é que a maioria desses 5 aspectos não estão sob o controle das empresas. Devido ao nível de interação e a velocidade com o que cada consumidor assimila uma notícia a alguma marca, tornou-se praticamente impossível alguma empresa não se envolver com polêmicas e discussões.

 

O menino alto apaixonado por desenho, música, comida e viagens. Canal Off, eu te amo.