Quem pensa que montar um portfólio em plataformas digitais é difícil está bastante enganado. Por mais que compreender o lado dos códigos de programação e ordenar tudo certinho em um site online tenha seus perrengues, nada se compara à primeira pasta da história, de Fortunato Depero.
O artista da vanguarda futurista criou seu portfólio inteiro a mão e pregado com uma rosca e parafuso, um tanto rústico. Depero foi bastante inovador ao juntar quase todos os seus trabalhos em um espaço e ainda imprimiu 1,000 cópias para distribuir entre galerias e outros profissionais do meio.
O seu trabalho como vanguardista foi aproveitado também por marcas famosas como Campari, Vanity Fair, Citrus, Vogue e ele até fazia propaganda para teatros locais da Itália.
Mas, como é difícil ainda encontrar resquícios de seu trabalho, o Centro de Idade Moderna italiana em Nova Iorque, O Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Trento e a editora de livros Designer & Books decidiram relançar o projeto criado por Depero em 1927. A iniciativa serve para inspirar os novos designers no mercado e mostrar o trabalho de um artista tão influente em seu tempo.
Mesmo que vindo de um movimento como o futurista, excesso de velocidade e exaltação da tecnologia, o trabalho do Fortunato foi bastante fundamentado em explorar tipologias diferentes e a criação de imagens-texto, de certa forma ele foi um forte tipógrafo em sua época e seu trabalho inspirou a revista Klaxon, da semana de 22.
tipologia de Depero
capa da Klaxon
Fortunato talvez seja a primeira pessoa que teve a cara de pau de entregar sua pasta para o cliente e hoje, só temos que agradecer pela iniciativa e pelo Cargo Collective (que é bem mais simples do que colar tudo numa pasta).