Em 2015, uma família de refugiados do Afeganistão que estava em busca de um novo lar filmou todo o trajeto que ela fez apenas com a câmera do celular de um dos membros da família, mostrando as dificuldades enfrentadas até chegar à Europa.

O relato é em primeira pessoa feita por Hassan Fazili, um diretor afegão, e por sua família composta por sua esposa, Fatima Fazili, e suas duas filhas, Nargis e Zahra. Eles estavam ficando sem tempo já que haviam fugido do Afeganistão para Tajiquistão 14 meses antes, logo depois do Talibã, um movimento fundamentalista islâmico nacionalista, ter marcado a cafeteria do casal. Além disso, era apenas uma questão de tempo para o Tajaquistão os mandarem de volta para seu país de origem.

Conforme a família ia ficando sem opções, os Fazilis consultaram Emelie Mahdavian, uma documentarista californiana que eles conheceram no Tajaquistão sobre a possibilidade de documentar sua jornada com o único equipamento que eles tinham disponível: seus celulares.

Quatro anos depois, o que começou com apenas alguns “takes” feitos pela câmera de celulares tornou-se o “Midnight Traveler”, uma produção sobre o trajeto ainda não terminado de uma família que deseja encontrar segurança e estabilidade. Ao todo, eles percorreram seis mil quilômetros à pé até chegarem à Alemanha.

O documentário mostra a triste realidade de muitas pessoas que precisam deixar seus países e entram em uma jornada árdua para conseguirem um lar melhor. Ainda assim, são mal recebidos nos países para o qual se mudam e colocados sobre condições desumanas. A situação de uma das maiores crises de refugiados da Europa desde a Segunda guerra Mundial é contada pela mídia de uma maneira rasa e raramente mostra a realidade enfrentada por essas pessoas. O documentário da família Fazili bate de frente com isso e foca muito no outro lado da história que as grandes manchetes deixam de lado.

As filmagens mostram a vivência e o desenvolvimento da família durante esses quatro anos, como por exemplo, o crescimento das duas filhas e como elas ainda tentam ter uma infância normal enquanto estão nessa jornada complicada com seus pais.

Hassan Fazili relatou à “Filmmaker Magazine” em janeiro desse ano que ele queria que as pessoas sentissem todas as emoções que ele e sua família sentiram enquanto assistissem o documentário: que chorassem com eles, dessem risada com eles e sentissem confusão e angústia assim como eles sentiram.

O documentário registrado por 3 celulares da Samsung já chegou às telonas norte-americanas mas ainda não tem uma data de estreia no Reino Unido.

quando eu não to escrevendo, to assistindo friends