Muito tem se falado em uma tal de convergência de mídias. É comercial na TV, com página na internet, um viralzinho dando as caras e mais uma pitada de mobile. Mas poucas marcas sabem, de fato, fazer uma campanha integrada, mantendo o mesmo conceito, e, ainda por cima, tendo sucesso.

O caso neste post torna-se ainda menos comum a partir do momento em que não falaremos de uma marca. Na verdade, não na marca em sua essência, mas, sim, a de um político. Barack Obama, ou melhor, os marketeiros do candidato à presidência dos Estados Unidos, vêm fazendo uma campanha que impressiona até mesmo os publicitários que se consideram “digitais”.

Apesar de alguns candidatos, lá na terra do Tio Sam, já usarem a internet, Barack Obama juntou o útil ao agradável. Em um momento em que as pessoas clamam por ações interativas e diferenciadas, um candidato – negro -, com toda a simpatia que é inerente à sua pessoa, integra o mundo off/on line de maneira bastante plausível.

Comecemos pelo basiquinho, vai. Barack Obama envia com freqüência e-mails, convites para os eventos, vídeos, material de campanha, pedidos de ajuda financeira, entre outras tantas mensagens. Além disso, as pessoas podem ter um blog, através de um Dashboard, para personalizar sua participação em uma série de atividades de apoio ao candidato, até mesmo com ambientes de discussões.

Outra ação, menos comum ainda, acontece dentro do Burnout Paradise, jogo de sucesso do vídeo game Xbox. Durante o jogo, aparecem outdoors convidando os jogadores a entrarem no site voteforchange.com. O mais legal é que não parece propaganda. Muito pelo contrário, o in-game-advertising deixou o jogo ainda mais realista, o que gerou um buzz na internet, integrando as mídias utilizadas na campanha.

Como político não é político se não tiver comício, Barack Obama também tem que ter seus momentos “normais”. I’m so sorry folks, mas até aí ele conseguiu inovar. Depois do discurso no Central Park, ele convidou a galera presente a enviar um torpedo SMS com a palavra “Join” para um certo número, integrando, mais uma vez, a sua campanha.

Não é à toa que especialistas estão atribuindo à campanha de Obama o fato de o número de jovens eleitores nos EUA ter aumentado, já que lá o voto não é obrigatório. O nosso amigo candidato (desculpem-me a intimidade, mas é que tanta interatividade já está me fazendo sentir “best friend”) aproximou-se dos seus eleitores, atraiu pessoas que nem sequer estavam interessadas no assunto e, apesar de ainda não ter ganhado as eleições, já ganhou prêmio.

O Advertising Age nomeu Barack Obama como o Anunciante do Ano de 2008. O jeito que sua campanha envolveu – e ainda está envolvendo – seus eleitores, fez com que ele ficasse na frente, até mesmo, de empresas como a Apple.

É… ele não tá pra brincadeira não, minha gente.

Marcela Alvarez, 17 de outubro às 17:59h.