A marca de roupas, perfumes e acessórios Kenzo World tem escolhido uma maneira inusitada, mas muito interessante de produzir conteúdo. Apostando no trabalho dos diretores escolhidos, suas campanhas se tornaram enormes produções artísticas. Esse novo viés trouxe muita personalidade para a marca, e não deixou de nos agraciar com curtas muito bem estruturados e executados.

Tudo começou com a campanha que carregou grandes nomes em sua produção e fez jus a todo o seu hype, concorrendo ao Grand Prix em Cannes. O filme “My Mutant Brain” foi dirigido por Spike Jonze (sim, o mesmo do nosso querido sci-fi Her), que fez questão de quebrar todos os padrões de uma propaganda de perfume, transmitindo toda uma ousadia por meio da coreografia de Ryan Heffington (o responsável por nada mais nada menos que o clipe “Chandelier” da Sia).

Kenzo foi mais longe e entregou as suas últimas campanhas nas mãos da subjetividade e criatividade de cada diretor, abrindo um grande leque além da venda do produto. Para falar a verdade, as roupas só são usadas pelos personagens no meio da complexidade das histórias, fazendo o papel de coadjuvante com uma plenitude respeitável (bem diferente daquele bombardeio de marca que geralmente acontece nas propagandas padrões).

Os nomes que foram selecionados para esse projeto também me pareceram um tanto quanto inusitados como: Carrie Brownstein, Khalil Joseph, Sean Baker, Partel Oliva, Gregg Araki e Natasha Lyonne, porém é indiscutível que toda essa mistura produziu filmes muito bons.

“The Realest Real” de Brownstein é um curta que fala sobre toda a loucura dos fãs clubes, satirizando seus comentários invasivos, com um ar um tanto quanto distópico.

Na última semana foi lançado mais um filme da marca, dessa vez dirigido por Natasha Lyonne (simplesmente a melhor personagem de Orange Is The New Black). “Cabiria, Charity, Chastity,” é um curta que conta a história de Chastity (estrelada por Maya Rudolph) na sua constante busca pelo eu, em uma produção surrealista com a direção de fotografia impecável.

A liberdade que Lyonne teve na produção do filme foi muito importante para a sua construção. A marca está encarando os seus conteúdos como únicos, subjetivos e verdadeiramente uma obra de arte. As diferentes visões que cada diretor deu para os seus produtos trouxe diferentes faces para Kenzo, que só tende a crescer.

eu causei desgosto pro enem, mas to aqui.