Sinapse por Mariana Carvalho

Não fui pro Rock in Rio (talvez você também não tenha ido, ou tenha) mas com certeza anda acompanhando tudo o que rola por lá (ou pelo menos, tudo o que comentam/criticam/elogiam do que se passa na Cidade do Rock).

Muito do que ouvi falar (e até li uma piada sobre isso) foi o “Júlio de Sorocaba”, um menino que conseguiu tascar (e receber) um beijo na linda Katy Perry. No momento do beijo eu estava jantando, olhei pra televisão do restaurante e me deparei com o beijo do brasileiro na cantora estadunidense. Muitas coisas me passaram na cabeça como, por exemplo: “Esse cara é sortudo e sei que muitos amigos meus desejariam estar ali no lugar dele”. Entretanto, não imaginei que sua popularidade poderia subir tanto (ok, isso pode ter surgido por alguns segundos, mas não a proporção que de fato tomou, como um aumento de 20 mil seguidores em 2 dias em seu Twitter!). Pois é….

Mudando o disco. Assisti no final de semana o filme VIPs, sobre a história de Marcelo Nascimento, que deu um golpe memorável em toda uma elite fingindo se passar pelo filho do dono da Gol. Curiosa que sou, fui procurar um pouco na internet sobre ele (meio nerd, né? Mas tenho essa mania) e sobre as coisas que ele fez (ou os golpes que ele deu, por assim dizer). “Googlando” seu nome, cheguei a um link do Wikipedia (desculpem leitores, as vezes o Wikipedia ajuda!): “Celebridades Instantâneas” e a página (e alguns nomes que estavam lá) me chamaram muito a atenção, principalmente por serem pessoas que ainda estão na mídia e muitas outras que já se evaporaram.

Unindo os fatos: Júlio de Sorocaba + Celebridade Instantânea. Pegaram!? O “cara que beijou a Katy Perry” tornou-se conhecido, assim como Geisy Arruda, ex-BBs, Marcelo Nascimento, etc. E muito provavelmente desaparecerão ao longo do tempo. Ou não. O fato mais intrigante é que as chamadas “celebridades instantâneas” não existiam antigamente, diferentemente do que acontece hoje. As pessoas precisam desses fatos, dessas celebridades. O gosto pelo inusitado, pelo diferente, ou simplesmente pelo que é passível de aproximação, com toda uma ajuda da internet, dos smartphones, das redes sociais. Júlio de Sorocaba já virou celebridade: uma celebridade líquida, se é que posso assim chamar.

Há uma grande chance de que ninguém se lembre dele, ou do que ele fez, mas ele sempre vai se lembrar do dia em que o Brasil inteiro viu o beijo que ele deu na cantora (uma cantora que um dia pode ser também esquecida).

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