Bix Beiderbecke cruzou fronteiras e se tornou o primeiro músico de Jazz branco reconhecido por negros e brancos.

Nasceu em uma zona rural, filho de um presbiteriano que era contra a música. Bix aprendeu a tocar piano e aos 8 já tocava melhor que seu professor. Ele era fã do grande Louis Armstrong que na época estava apenas começando sua brilhante carreira.

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Beiderbecke era um músico original, tocava diferente de qualquer músico de qualquer lugar, seu som era singular e criativo.

Formou a primeira grande banda de brancos de jazz, a de Jean Goldkette, cujo líder era seu melhor amigo Frank Trumbauer. A parceria dos dois foi uma das mais criativas de todos os tempos.

Bix teve a chance de tocar com seu ídolo, Louis Armstrong, porém nunca para o público, pois o ramo musical sofria de uma grande segregação. Brancos e negros não tinham permissão de tocar juntos, e isso provocou o início de uma fase complicada para Bix.

Ele entrou em uma profunda depressão e mergulhou no alcoolismo. Foi internado e nunca mais conseguiu voltar para a música.

Morreu sozinho em seu apartamento com 28 anos.

Duke Ellington foi um dos mais importantes pianistas de Jazz de todos os tempos. Nasceu em Washington em 1899, filho de um mordomo da Casa Branca.

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Aprendeu piano aos 7 anos de idade e aos 17, abandonou os estudos para tocar com a banda The Washingtonians. Depois de 4 anos tocando no clube Kentucky Club em Nova York – fora da Times Square-, The Duke, como era conhecido por seus amigos, arrumou um empresário, que lhe conseguiu um emprego para tocar no recém-inaugurado Cotton Club, que se tornou um local lendário. Lá sua música ficou conhecida como “Jungle Music”.

A quebra da bolsa em 1929 marcou um período de grande depressão. Nesse contexto surge um novo estilo musical: o Swing.

Em um momento de tristeza e desespero, esse estilo chegou como um escape para aqueles que se viam com problemas.

O Swing teve um impacto revolucionário, foi o grande salvador da indústria fonográfica e definiu toda uma geração de americanos.

Seu grande rei e maior representante foi o lendário Benny Goodman.

As pessoas precisavam dessas músicas, dessas bandas, precisavam daqueles bares para dançar e esquecer tudo que estava acontecendo, era um antídoto para a depressão, puro prazer.

Os mais tradicionais não aprovavam o Swing e o chamavam de “sexo orquestrado”, associavam o estilo com o ato de se drogar para esquecer os problemas.

Foi popularizado por Glenn Miller e essa foi uma das suas mais famosas criações:

A segregação racial na música ainda estava latejando. Benny Goldman criou um trio com o fascinante pianista Teddy Wilson, com quem gravou um disco que foi ouvido por todo o país, o “Body and Soul”. Apesar de ter sido um grande sucesso, Goldman não podia apresentá-lo ao vivo, pois era branco e Teddy Wilson era negro. Eles foram os ruptores dessa proibição, e até adicionaram mais músicos negros ao grupo.

Em 1935, Duke Ellington chamou uma cantora desconhecida para participar de um curta-metragem chamado “Symphony in Black”. Seu nome era Eleonora Fagan.

Nascida em 1915 esta se tornaria uma das mais importantes vocalistas femininas da história do Jazz sob o nome Billie Holiday.

Criada em Baltimore, nunca superou o trauma de seu pai ausente, Clarence Holiday. Ele era músico e tocava na banda de Fletcher Hendersen. Eleonor adotou o nome “Billie Holiday” em homenagem a seu pai.

A infância de Billie não foi fácil. Quando criança foi molestada e espancada e aos 12 anos já estava no mercado da prostituição.

Aos 13, foi para Nova York, onde cantava em festas particulares e clubes do Harlem.

Em 1933, em um dos clubes que cantava, o empresário e crítico John Hammond se apaixonou por sua voz e sua aparência, assim lhe arrumou alguns testes, um deles com Teddy Wilson.

Billie Holiday colocava seu próprio toque na música, uma de suas marcas registradas era cantar um pouco atrás ou a frente da música, mas sem perder nunca o ritmo, outro toque próprio era sua habilidade de frasear a letra como o som de instrumentos.

Tinha uma personalidade muito forte, bebia, brigava e não estava nem aí para o que ninguém pensava.

Música, música e música.