O que essas três coisas aparentemente bem distantes têm em comum? A começar a palestra de Bruce Dickinson na mais recente edição da Campus Party brasileira. Vocalista da lendária banda de metal Iron Maiden, ávido leitor, piloto de avião, esgrimista profissional e, se já não bastassem tantos títulos, anjo-investidor e dono de uma start up britânica no difícil ramo da aviação aérea. O headbanger falou sobre sua entrada no mundo dos negócios, sua visão do que pode e deve ser melhorado nas startups mundo afora e, também, o que aprendeu com sua banda que põe em prática também nos negócios.

bruce

Uma de suas ideias mais interessantes é a de que startups não precisam de clientes, que ele odeia pois, em suas palavras, “eles têm escolha, podem ir para outro lugar”. O que os novos empreendimentos (e também os antigos) precisam é de fãs, pessoas com quem mantenham uma relação próxima e que acabam por defender as marcas e se envolver emocionalmente com elas. Esse conselho repercute diretamente as iniciativas do Iron Maiden nos últimos anos.

A crise no mercado fonográfico não é novidade. Grandes gravadoras e bandas lutam para sobreviver em meio a era digital em que baixar músicas se tornou a forma dominante de consumir seus produtos e apenas uma pequena parcela desses downloads é feito de forma legal. Em uma reunião com outros integrantes da banda e  stakeholders da Iron Maiden LLP, holding do grupo, se perguntaram como poderiam lucrar com aqueles que baixam suas músicas ilegalmente. A ideia foi bem simples: o que as pessoas fazem quando ouvem música? Bebem cerveja. Então nada mais lógico do que produzir uma cerveja, claro! Nasceu assim a Trooper, cerveja da banda. A ideia não é nova (tem até uma versão nacional, a Sepultura Weizen, da Bamberg) mas funcionou muito bem.
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Também na esteira das ações interessantes da banda, vem aquela que mais gerou resultado, colocando a banda como uma das empresas britânicas do ramo da música que mais cresceu em 2013, segundo a Bolsa Londres. A ideia foi abraçar a nova forma de consumir música, ao invés de lutar contra ela (como, por exemplo, a bronca do Metallica com o Napster há quase 15 anos que não levou a nada). A banda passou a analisar o tráfego dos torrents de seus albums e vídeos para então oferecer aos fãs dos lugares com maior tráfego algo que eles não poderiam baixar pela internet: shows. A banda passeou bastante pela América do Sul, sendo o Brasil o país que mais consome Iron Maiden de forma pirata. A estratégia deu certo e fez a roda do dinheiro girar, algo tão desejado pelo Reino Unido, que tem passado por séria crise financeira e tem procurado se apoiar em iniciativas como esta para manter a bolsa do país estável.

Só para finalizar, não podia deixar de postar pelo menos uma parte do que foi a passagem da banda pelo Brasil em 2013.


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Minha barba. Minha vida.