Sinapse por Christian Michelassi, 03/08/09
Mas para quem não sabe, impressoras 3D são o sonho de qualquer um. Você projeta um objeto e a máquina ao invés de imprimir num papel, imprimi o objeto tangível, 3D, de verdade. E como isso?
O objeto é construído através de um material líquido que é disposto camada por camada no formato do objeto. Quando ele seca, voilá! O objeto já está pronto para ser usado. A maioria das máquinas trabalha com apenas um material, mas a Fabber, da [email protected] usa plástico, silicone, cerâmica e até play-doh, chocolate e pasta de amendoim. A Alaris30 tem um gama de materiais mais profissionais, como materiais cirúrgicos.
Para botar a mão na massa e se divertir fazendo seus próprios objetos basta comprar a máquina, instalar o software no computador e baixar o projeto de um objeto. Claro, você está no começo, portanto não vai conseguir desenhar um sozinho. Com o tempo e experiência é possível fazer seus próprios.
Mas a grande questão relacionada a isso é a seguinte: E as fábricas? O que vai acontecer com elas? Pelo que podemos ver, com essa máquina é possível fabricar tudo que quiser. Desde um garfo de plástico até uma capa para o iPod. Me diga para que as fábricas deverão existir se eu posso imprimir meus produtos na minha casa?
Objetos feitos em uma Alaris30, da Objet.
Com o barateamento dessa máquina, que hoje custa US$2.600 ([email protected]), a massificação da produção caseira poderá levar o sistema industrial que conhecemos a uma crise. E não só o industrial, mas também o comércio. Se eu quebrar a tampinha de trás do controle remoto (!) não precisarei ir a uma assistência técnica comprar a tampinha ou outro controle remoto, que fora fabricado em uma indústria da China. Eu mesmo projeto a tampinha, eu mesmo fabrico. Ou por que não os carrinhos dos meus irmãos?
Pense na independência que o consumidor terá. Pense também no aumento da ociosidade das máquinas que sem serviço, não precisarão também de funcionários.
Futuros catastróficos a parte, estava conversando com um amigo, que é da indústria e divagamos sobre duas possíveis oportunidades de negócio:
Você, grande empresário do ramo de moldes e injeção de plástico que faz pequenas peças, poderá vender todo o seu maquinário pesado, grandes injetoras, moldes caríssimo e ter apenas essa impressora para fabricar suas peças. Menor gasto de energia, menor gasto com funcionários. Ok, a produção não é em escala, mas quem disse que não poderá ser no futuro?
E tem outra coisa: A impressora é pequena, mas e se eu quiser fazer grandes objetos como a parte plástica da minha televisão totalmente customizada? Uma boa oportunidade é a criação de centros de impressão, como se fosse uma loja, na qual o cliente vai lá, faz o download do projeto e pronto. Pau na máquina. Assim como acontece com as lavanderias no exterior.
Realmente é um futuro ainda um pouco inimaginável, porém nós sabemos que essas idéias mirabolantes acabam dando certo. O importante é ter em mente que revoluções acontecerão e a sociedade precisa estar pronta a adaptar-se. E nesse caso a adaptação vai desde a concepção de materia-prima até o meio trabalhista.
Opa, me tuíta! @ChrisMichelassi e @NewronioESPM
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