O assunto deste post é o tema da minha pesquisa mais recente na área de games. Narrativas de terror/horror/suspense, desde sempre, foram uma paixão para mim; quando estas narrativas se materializaram no formato de games, minha vida (lúdica) realmente mudou.

A evolução dos consoles de videogames permitiu melhores gráficos, trilhas sonoras mais complexas e interações mais sofisticadas. Basta olharmos para os primeiros jogos do início da década de 1980 e para os jogos que foram lançados em 2014. A maioria dos títulos do início dessa indústria apresentavam narrativas bastante simples ao jogador; muitos sequer possuíam um fim determinado. Já hoje, temos verdadeiros roteiros cinematográficos alinhados ao gameplay para proporcionar experiências cada vez mais imersivas ao player.

Os jogos de terror/horror/suspense muito se beneficiaram destes avanços e algumas das grandes promessas para esta nova geração de console são títulos como “Silent Hills” (com participação do diretor de cinema Guillermo del Toro na produção) e “Evil Within”.

Nesse contexto é importante olhar para trás e lembrar que os primeiros experimentos com linguagens do universo do terror foram criados para a plataforma Atari. Os gamers mais velhos certamente irão lembrar de “Haunted House”, que com sua interface limitada conseguia – com muita criatividade – mostrar um par de olhos que fugia por um labirinto buscando peças de uma arca mística.

Há uma complexidade que permeia a criação de um produto de entretenimento que tem, como base, temáticas de horror. Notamos que este tipo de produto ocupa um lugar relativamente privilegiado dentro da gigantesca indústria de games, dado o grande número de títulos lançados nos últimos anos que utilizam, em maior ou menor grau, estéticas de horror, tais como “Fatal Frame” (2001), “Penumbra” (2008) e “Silent Hill: Homecoming” (2009), só para citar alguns nomes mais antigos.

Com o crescimento da indústria de jogos independentes mais e mais games de terror estão surgindo para a alegria (ou desepero) dos fãs do gênero, o que corrobora com a ideia de que a indústria de games se torna um ambiente cada vez mais plural para produtores e jogadores.

O assunto é longo e merece mais e mais páginas para reflexão. Pra quem curtiu o post, se interessa pelo tema “games de terror” e quer ampliar esta discussão fica a dica do meu livro “HORROR LUDENS: medo, entretenimento e consumo em narrativas de videogame”.

Go gamers!

 

foto_vinceVince Vader
Vicente Martin (@vincevader) é professor de criação digital e supervisor do departamento de criação da ESPM. Estuda, desenvolve e é apaixonado por games.

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