Guerra Civil é um filme sobre uma realidade e um assunto, não necessariamente os personagens que compõem a história. Portanto, Guerra Civil se passa em uma “distopia” em que a instabilidade política estadunidense se tornou uma guerra Civil, havendo Estados que se declaram separatistas. Nesse meio, um grupo de jornalistas decide ir até a capital, Washington, em busca de uma exclusiva com o presidente. Washington, porém, é o epicentro desse conflito.
Dentre a equipe de jornalista estão Lee Smith(Kirsten Dunst), Joel(Wagner Moura), Jessie(Cailee Spaeny) e Stephen Henderson(Sammy). Nessa jornada, surgem questões principais que buscam estabelecer um debate sobre ética no jornalismo(“telejornalismo”) e o ser humano em estado de guerra.
O Estado de guerra tem como fundamento primordial a violência. Devido ao nosso otimismo humano, tendemos a acreditar que a violência ocorre, principalmente, pelo fato da sobrevivência, mas não é que ocorre em guerras de verdade. Aqui a violência não possui justificativas concretas, pode ou não ser por sobrevivência e, até mesmo quando é, existem ações precipitadas que só cabe ao julgamento individual, ou coletivo(mas nunca geral), decidir se aquilo é ou não uma ameaça para si e, portanto, sobrevivência?
Na discussão sobre ética no jornalismo, esse filme dá aula. Qual o papel de um fotógrafo de guerra? A resposta que queremos é: Trazer visibilidade à essa realidade caótica, devastadora e triste que é a da guerra, para assim provocar mobilização social para que ela acabe. Mas até que ponto esse fotógrafo pode ir? Em qual momento se torna algo intrusivo? Você tiraria uma foto do seu(a) melhor amigo(a) morto(a) em detrimento de um impacto no povo? Quais são as consequências desse impacto gerado no povo? Mais violência? E em você? Você agora tira as fotos pelo impacto social, ou pelo impacto positivo que isso causará à sua imagem? Todas as perguntas têm respostas subjetivas e não infalivelmente corretas. Assista o filme e tire suas próprias conclusões.
Mas e o Wagner Moura?
Sempre é bom ver brasileiros fazendo sucesso internacionalmente. Porém, como comentado antes, os personagens aqui foram feitos pra compor esse mundo. Joel, personagem interpretado por Wagner Moura, é o que defino como os três E’s: Espontâneo, Explosivo e Eventual. Nisso, ele se encaixa muito bem no papel(Bem mesmo), mas ainda falta muito para a gente conseguir uma boa representatividade brasileira lá fora.
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