Em outubro de 2013, a empresa de pesquisa e inovação BOX 1824, em parceria com o escritório de tendências nova-iorquino K-Hole, desenvolveu o conceito do Normcore.

Não é uma coisa muito fácil de entender: com a constante e brutal pressão que todo mundo sofre para ser diferente, as grandes massas se deslocam para todos os lados do  “gráfico da normalidade”, a fim de ocuparem posições menos “normais”.

No entanto, quem já olha com um pouco mais de agudez o cenário atual já percebeu que, de perto, ninguém é normal e se esforçar para ser diferente pode resultar em comportamentos ou traços tão específicos que apenas um grupo ínfimo de pessoas irá notá-los.

Sobrou então ser normal. Sim, normal. Aproveitar o que a situação tem de melhor, bem como se esforçar não por ser único dentro da comunidade, mas fazer parte, justamente, dessa comunidade. É exercer a empatia ao invés da tolerância.

Enquanto algumas empresas (notadamente, que há algum tempo já foram consideradas transgressoras ou sinônimo de rebeldia) ainda insistem na diferenciação, na personalidade ou rotina única, diferente, subjetiva ou o que quer que seja, a indústria da moda agora parece apostar é no normcore.

Um bom exemplo disso é a GAP, que já sofreu sérias perdas quando tentou alterar seu icônico logo em meados de 2010, acarretando perdas em ações e valor da marca.

A marca resolveu abraçar o próprio cerne da moda de ser normal, ação que transparece até em seu slogan atual, Dress Normal.

O curioso é que, para a campanha do que seria justamente a celebração do normal, a marca lançou comerciais dirigidos pelo nada convencional (se é que depois de toda essa explicação possamos chama-lo de não-normal) David Fincher, diretor de Se7en (1995), Clube da Luta (1999), A Rede Social (2010) e o recente Garota Exemplar.

O resultado gerou opiniões diversas, tanto contra quanto à favor, o que parece não ter agradado muito a marca. Talvez essa insegurança seja um reflexo tardio do rebranding de 2010.

Agora em Novembro a marca resolveu lançar uma série de comerciais bem menos produzidos e muito mais “normais”. Curiosamente, o resultado é um tanto nonsense mas, por incrível que pareça, parece ter dado certo.

A criação é da Wieden + Kennedy de NY.










 

 

Minha barba. Minha vida.