Um vídeo publicado recentemente no canal Great Big Story no Youtube conta as histórias de quatro fotógrafos que utilizam de técnicas nada convencionais para registrar novas perspectivas sobre o mundo.

O episódio faz parte de uma série do canal chamada “Human Condition”, que busca mostrar algumas pontos de vista particulares com um certo viés jornalístico sobre histórias humanas extraordinárias, que fogem do primeiro plano, o foco da sociedade. Justamente como a premissa dos fotógrafos aqui citados.

Os dois primeiros fotógrafos apresentados no vídeo utilizam da técnica de “light painting”, ou seja, criam um desenho a partir de um aparelho luminoso na frente de uma câmera com a exposição prolongada, fazendo que apenas a luz conduzida pela ação humana seja gravada.

Mas o mais impressionante, é o conceito por trás de suas artes. O primeiro artista é praticamente cego, e aprendeu que fotografar pessoas e objetos com a técnica de “light painting” poderia ser uma nova forma interessante e mais acessível de registrar o mundo ao seu redor.

Enquanto Hannu Huhtamo mora na Finlândia, um país situado em uma região de altíssima latitude, o que provoca períodos de até dois meses de grande escuridão porque o movimento aparente do sol ocorre praticamente na linha do horizonte.

E como a arte da fotografia é literalmente sobre gravar a luz, esses dias mais escuros impossibilitam o registro de alguns cenários. Então o fotógrafo finlandês explorou o “light painting” como uma alternativa, o que rendeu imagens impressionantes.

Provavelmente a história mais impressionante de superação dentre os 4 fotógrafos é a de Lauren Worthington, que perdeu o movimento das pernas em um acidente enquanto jogava beisebol. Ele começou a fotografar cerca de 20 anos depois do ocorrido e acabou se especializando em registrar paratletas, refletindo assim questões muito pessoais para si: a deficiência e o esporte.

Lauren Worthington foi tão bem reconhecido pelo seu trabalho que chegou a ser convidado pelo comitê olímpico dos Estados Unidos para fotografar as paraolimpíadas do Rio de Janeiro em 2016!

E por último temos o trabalho de Anuar Patjane. Em 2015 o fotógrafo ganhou o principal prêmio de fotografia de viagem da National Geographic pela foto “Whale Whisperer”.


Whale Whisperer por Anuar Patiane (2015)

Anuar é especialista em fotos subaquáticas e como sua obra sugere, já esteve cara a cara com uma baleia-jubarte. O fotógrafo relata no vídeo que é impossível não sentir a presença da baleia ao se aproximar, uma vez que as frequências sonoras que ela emite ressoam em seu corpo, fazendo com que ele vibre.

Penso que a grande moral desse vídeo é valorizar a perspectiva dos outros: não importa como você vê o mundo (ou até mesmo se você não vê o mundo), cada pessoa tem um ponto de vista único e extraordinário.

Amigão da vizinhança, torcedor do Bahia e mestre pokémon nas horas vagas