Sinapse por Pedro Hutsch Balboni, 02/11/2009 às 17h30

Arenas ESPM Fischer America Newronio ESPM

Ontem, dia primeiro de outubro, a Fischer América veio à ESPM para a Terceira Mostra de Agências ESPM, um evento promovido pelo CINTEGRA semestralmente com o objetivo de aproximar a Escola do Mercado, trazendo a realidade das agências de publicidade para mais perto dos alunos. E, por ironia do destino, o evento aconteceu aqui na agência da ESPM, agora conhecida como Arenas ESPM.

Confesso que cheguei atrasado no trabalho e que quando saí do elevador já estavam todos reunidos em círculo escutando o Adrian Ferguson, VP de mídia da Fischer, contar um case recente da cerveja Heineken realizada com 42 dois blogueiros. Foram 42 malas diretas enviadas: uma caixa gigantesca, dentro dela havia um globo de festas, e dentro dele estava guardado o barrilzinho da Heineken, trabalhando o conceito de que a festa acontece onde você está. E, como ele contou, a ação teve grande repercursão, com cerca de 6.000 comentários em blogs e mais de 20.000 pessoas impactadas (pessoal da Fischer que ler este post, me corrijam se os números estiverem errados).

heinken globo newronio espm

Dentre cases e respostas de dúvidas dos alunos, o Adrain contou também um pouco de sua história pessoal, que começou “por baixo” até ter a oportunidade de trabalhar na Almap, agarrada com unhas e dentes (aliás, esse foi seu conselho: se você ver uma oportunidade passando por aí na rua, não a deixe escapar!). Outro ponto interessante que ele levantou foi a diferença do trabalho dos mídias em agências aqui no Brasil, onde a transação deve ser obrigatóriamente feita entre a emissora e a agência que irá utilizar o espaço – e tal espaço não pode ser revendido -, com o modelo dos EUA e Europa, onde os bancos podem comprar esses espaços publicitários na mídia e revender para os anunciantes, criando uma espécie de bolsa de valores da mídia, especuações financeiras que fogem da real função de um mídia. Segundo ele, ao ser indagado sobre qual o melhor modelo, os EUA estão analizando a possibilidade de voltar para o que seguimos aqui no Brasil.

Depois foi a hora dos dois criativos (Diretores de Criação) Marcelo Fedrizzi (Direção de Arte) e Rafael Merel (Redação) falarem. Foi uma apresentação sobre a criatividade, ilustrada com campanhas de sucesso. Dentre elas, estava a divisora de águas Brahma: a número 1, primeiro caso de emboscada na copa do mundo (vocês lembram? Quando os jogadores faziam gol, faziam o sinal da “número 1” para comemorar – acho que este case merece um post a parte só para contá-lo), a volta do baixinho da Kaiser, Heineken 600ml (falaram bastante sobre cerveja =P), etc. Tivemos ainda um workshop de 10 minutos para criar um comercial de 30 segundos para um produto perfume/desodorante (sim, Axe). Para fechar a série de cases apresentados, mostraram o maior flashmob do mundo da T-Mobille, e outro vídeo que eu ainda não tinha visto que usa a mesma música para fazer um Lip Dub, ou seja, uma brincadeira onde você finge estar cantando uma música (lip – vem de lips, lábio, e dub – vem de dubbing, dublagem),  em uma faculdade no Canadá. O vídeo apareceu até na CNN.

Hoje, a Marília (redatora aqui do núcleo) me ajudou a encontrar o vídeo no YouTube para poder colocar aqui no post, e me contou ainda de uma outra faculdade, pelo visto rival da canadense, que também fez um Lip Dub (e este na verdade é mais antigo, mas tem muito menos views). Talvez esse seja um jeito que a ESPM devesse abordar para consolidar o já conhecido “aqui é mais legal”.

No entanto, contudo, todavia, não obstante e qualquer outra expressão para enfatizar, uma pesquisa um pouco mais aprofundada (como colocar “Lip Dub” na busca do YouTube e clicar no primeiro resultado que apareceu) me mostrou que a mesma técnica já havia sido utilizada de maneira muito semelhante anteriormente (note, inclusive, que nos 3 minutos e 10 segundos do vídeo há um tapete de Twister, usado na abertura do primeiro vídeo).

Inclusive, encontrei um da ISAT que é o mais recente de todos estes que mostrei. E de verdade? Não é nem de longe o melhor. Aliás, depois de ver esses todos, e ver que o fim é sempre o mesmo, fica até um pouco engraçado. Mas talvez a gente esteja vendo um formato de apresentação institucional ou algo assim nascendo. Não sei. Tirem suas conclusões.

Twitter @phbalboni @newronioespm