Na semana passada já postamos sobre o Brandalism, a maior campanha anti-propaganda do mundo que desde 2012 procura questionar a poluição visual causada por anúncios de grandes marcas no espaço urbano.
Segundo os líderes do movimento, o espaço público é um local de comunicação pertencente aos cidadãos e à comunidade que o habitam, e por isso as intervenções – em sua maioria anônimas – são uma forma de protestar contra o estímulo ao consumo como forma de existência social e representação do indivíduo.
Representante da ideia, o famoso Banksy foi um dos primeiros a questionar e intervir no espaço urbano utilizando ícones de grandes marcas e da cultura pop, apropriando-se das imagens e simbolismos neles contidos para criar um reflexo da sociedade atual.
Mas… E se uma marca global tivesse a mesma atitude em relação à arte de rua? Foi o que a FILA fez, em abril deste ano. Com o objetivo de estabelecer a marca no segmento streetwear de calçados, a agência GREYgermany criou a seguinte ação:
Talvez os criadores tenham tido a intenção de criar um outro questionamento em relação ao uso do espaço urbano para propaganda, porém, na tentativa de estabelecer a marca como transgressora e tentar atrair os fãs do Banksy e jovens em geral, a FILA deixou de lado um detalhe essencial: é contra corporações como ela que todo o movimento Brandalism luta.
A ação, que a princípio pode parecer criativa e até uma provocação à arte de Banksy, carece de explicação e acaba preguiçosamente “pegando carona” em um movimento que vai em oposição aos seus ideais.
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