Sinapse por Gi Maradei, 08/03/2010

Ontem no mundo inteiro as atenções de todos aqueles que se interessam pela industria cultural se voltaram para cerimonia do Oscar. A tradicional festa do cinema estava em uma noite fora do comum, entre seus indicados destacavam-se não só super produções dramáticas, mas também animações, e filmes com complexos efeitos especiais.Tudo indicava que o Oscar de 2010 seria dominado pelo mundo digital, mas…

Entre os favoritos para o prêmio de melhor filme estava o campeão de bilheteria, e revolucionário Avatar. Revolucionário não tanto por sua trama, mas principalmente pelo desenvolvimento de seus efeitos mais do que especiais. Primeiro filme 3D que concorre ao Oscar, surpreendeu a todos com a construção de um mundo novo tão complexo quanto o nosso, mas em versão Hi-tech. Segundo uma enquete feita pela Folha com seus leitores o filme era disparado o favorito para o primeiro lugar com 41% dos votos, enquanto o vencedor Guerra ao terror aparecia apenas em 5o. Além dele, a segunda animação a concorrer ao premio de melhor filme (a primeira foi A Bela e a Fera) Up altas aventuras é outro sucesso, e apesar de não ser um grande favorito para este prêmio, faturou o de melhor animação e arrebatou fans por todo o mundo ajudando significativamente essa nova categoria do cinema a levar o uso de recursos tecnológicos a um patamar mais elevado e relevante, saindo do técnico e entrando no artístico.

Com tantos indícios, e com a tecnologia se desenvolvendo cada vez mais, sendo assim a tendência mais comentada dentro da 7a arte, a academia surpreeende e garante para Avatar apenas os prêmios referetes ao bom uso dos recursos técnicos, três dos nove que ele estava concorrendo.

Justo ou não a questão é que em um ano onde quase todas as categorias premiadas possuiram pelo menos um indicado que surpreendeu com o uso de efeitos inovadores, como os menos citados, mas também muito presentes Distrito 9 e Star Track, os juizes do cinema não se deixaram balançar por tal diferencial, avaliando as produções com os mesmos pré requisitos de sempre, e fazendo com que Guerra contra o Terror, um filme que pertence a uma categoria completamente diferente do favorito, seja o grande vencedor da noite.

 Talvez ele estejam certos, afinal nenhum filme deve faturar um prêmio de tanta visibilidade por possuir verba o suficiente para investir em recursos como esses, além do que, os requesitos avaliados são realmente relevantes e não devem ser dixados de lado. Mas talvez exista um pouco de alienação quanto a importância que essa novidade pode ter nas produções cinematográficas uma vez que trasforma as mesmas em experiências cada vez mais reais e intensas.

Vamos esperar que essa tendência não se acanhe pelo resultado, e torcer para que ano que vem não tenhamos que escolher entre tecnologia ou enrredo, como foi o caso, e sim tenhamos uma junção, um filme de produção vanguardista mas que não transforme a 7a arte em um game de computador.

Acredito realmente que estamos caminhando para isso.

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