Tudo que já estudamos sobre o nosso subconsciente é remetido aos grandes nomes da sociedade como Freud ou Jung. Desde teorias à interpretações, os pais da psicanálise nos instruíram através das palavras, mas quanto ao visual e imaginário? Essa tarefa ficou designada ao maior expoente do surrealismo em toda a história, Salvador Dalí.

O espanhol marcou uma geração com suas obras que para muitos ainda são responsáveis por alcançar partes em nossas mentes que temos receio de conhecer. Seja com os relógios derretidos, as formigas por toda parte ou pedaços humanos sem formas, Dalí nos ensina que o absurdo muitas vezes é belo.

Além de ter sido um grande amigo do cineasta, Buñuel, Dalí trabalhou com outro grande nome do circuito cinematográfico, Walt Disney. Enquanto a química parece um pouco estranho no começo, a dupla deu origem à Destino em 1945.

8.-Salvador-Dalí-and-Walt-Disney-by-the-beach-in-Spain-1957

Uma mistura do talento da Disney em compor trilhas sonoras marcantes com a estética de Dalí contam a trajetória de 2 figuras importantes, o Tempo e a figura humana.

A animação ficou por 58 anos em hiato, porém com o sucesso de Fantasia 2000, a máquina de animações decidiu retomar a produção e dar vida a ideia de dois grandes criadores.

Em meio aos cenários mirabolantes nos envolvemos na narrativa e torcemos para a união dessas duas criaturas que caminham juntas, mas não podem ficar unidas. Com a analogia do Tempo em forma de humana, o curta nos mostra como é inevitável lutar contra o próprio destino e como estamos fadados às próprias mudanças da natureza e da vida.

Repleto de referências diretas às obras do espanhol e signos bastantes usados pelo pintor, Destino revela que a arte do surreal possui espaço na fantasia de Walt Disney.

Com o pé na estrada e a cabeça na lua.