Hoje em dia todo mundo tem uma ideia brilhante para um e-commerce, um app ou social game, mas o que eu sempre pergunto a esses pseudo empreendedores é: “De onde virá a grana?”

É claro que existem milhares de oportunidades, de novas possibilidades de negócios que sequer conhecemos e que serão “descobertas” (talvez a melhor palavra seja desenvolvidas) muito em breve. Também é bem verdade que a Arena Digital, preconizada pelo professor Gracioso como uma das novas arenas da comunicação com o mercado em livro homônimo organizado por ele, ainda tem muito a evoluir e portanto se apresenta como terreno fértil a boas ideias, principalmente de negócios.

Acontece que depois da Bolha das “ponto com” e da febre por novos negócios sem planejamento (e muitas vezes sem sentido) que a acompanhou, agora os investidores exigem resultados, mesmo para projetos ainda no papel, os chamados “green fields” um bom plano de negócios, sólido, robusto, bem fundamentado, com previsões de investimento e corpo diretor é fundamental e sem ele, certamente não haverá dinheiro.

Nos últimos tempos tenho trabalhado com várias dessas startups, avaliando projetos para fundos de investimento e o principal problema que verificamos é que não há fundamentação mercadológica ou financeira, ou ambas em muitos dos projetos. Vários deles não passam de uma ideia interessante com uma “intenção” de receita e isso hoje, amigos não basta!

Há na internet vários modelos e softwares que supostamente ajudariam a desenvolver o “estado da arte” de Business Plan e alguns chegam a prometer em sua comunicação que “os investidores não terão com negar” aportes à sua ideia se utilizar o seu software (que obviamente não é gratuito!).

Eu particularmente poderia recomendar uns 2 ou 3 bons modelos gratuitos disponíveis na internet, mas estaria sendo leviano ao fazer isso sem conhecer cada uma das ideias que os novos empreendedores têm. Isso porque cada ideia exige um plano de negócios único, adaptado ao modelo de negócios proposto, mas só pra não dizer que eu não dei dica nenhuma, quem se interessar pode fazer o seguinte: 1) Procure na internet quem são os maiores fundos de investimento em Startups e Greenfields do planeta (a maioria está nos EUA). 2) Procure pelas recomendações para empreendedores em seus websites – muitos deles tem modelos recomendados 3) Procure também nos websites de algumas reconhecidas escolas americanas que oferecem programas específicos para empreendedores – elas também têm modelos recomendados 4) Alguns países como EUA, UK, Austrália e Alemanha, têm órgãos governamentais de fomento ao empreendedorismo e eles também oferecem modelos bem úteis 5) Aqui no Brasil também existem fontes bacanas como Federação das Indústrias de alguns Estados, SEBRAEs e até (pasmem) ministérios que oferecem (com um pouco mais de dedicação à busca, é verdade) modelos bastante interessantes.

Na verdade, o mais importante é verificar em todos esses modelos, primeiro o que há de comum entre eles (certamente isso é importante) e em segundo lugar, adaptar esses modelos ao seu negócio, adicionando informações que você adquiriu depois de muita (muita mesmo) pesquisa, depois de horas atrás de monitores, buscando informações e dados secundários, depois de entrevistas com concorrentes (ainda que a sua ideia seja “única”, sempre há os substitutos), de focus group com clientes potenciais, com teste de conceito, entrevistas com fornecedores, de levantamento de cada possível custo, por menor que seja, enfim depois de muitas horas despendidas no entendimento do negócio para o qual você irá pedir dinheiro.

É difícil, eu sei. É cansativo, concordo. Mas mesmo com toda essa crise ainda há (bastante) dinheiro para investir se o plano de negócios para a sua ideia “parar em pé”, como dizemos. Agora, mexa-se!

Os colunistas do Newronio são professores, alunos, profissionais do mercado ou qualquer um que tenha algo interessante para contar.