ESPM

Digital Day – Conteúdo é tudo

By Luiz Daniel Gattaz

September 02, 2016

Ontem aconteceu na ESPM o Digital Day e teve como pauta o espaço do conteúdo, branded content, na publicidade hoje em dia.

Repleta de grandes nomes do meio publicitário e também do jornalismo, o Digital Day serviu para compreender melhor o lugar que a propaganda se encontra.

Nas primeiras horas conhecemos melhor como as mudanças tecnológicas, como as ferramentas adblock e monitoramento de dados, possuem um papel fundamental para a maneira como o consumidor, em especial os millennials e a geração Z, encara a propaganda dentro de seu computador. Enquanto algumas empresas ainda acreditem que a solução está na segmentação através da mídia programática, o Digital Day nos mostra, com vários dados, que o retorno investido é quase nulo e uma boa parte desse consumidor não aguenta mais ver sua timeline cheia de propagandas de produtos que surgem apenas porque ele procurou algo na internet.

Walter Longo e Edward Pimenta, ambos da Abril, mostraram essa nova cara e um pouco do seu trabalho como criadora de conteúdo para marca. Cada vez mais o consumidor busca por algo que seja de seu interesse e ter uma marca endossando isso é a melhor maneira de não ser invasivo ou repetitivo. Native Ads, Publieditoriais, etc são alguns das possíveis abordagens dentro dessa nova onda em entreter e comunicar para o consumidor que determinada marca acredita no que está sendo passado.

O papo de branded content continuou pela tarde com Ricardo Gandour do Estadão e Fábio Reis da Pais&Filhos que comentaram sobre o papel do jornalista dentro da era digital e como a competição em ser algo atrativo é cada vez mais difícil. Ao invés de um texto puramente corrido, a fase que as grandes mídias se encontram demanda imagens, vídeos, gifs e tudo que soe interessante para uma tela de computador ou até mesmo do smartphone, que é o maior funil para encontrar conteúdo. Dentro dessa adaptação o papel do jornalista se assemelha ao do camaleão que agora precisa compreender muito mais que apenas uma mídia impressa. O segredo para manter o consumidor entretido está na forma e no local que você produz o conteúdo, afinal o público pode ser o mesmo, mas os momentos que ele consome o conteúdo é diferente.

Um dos publicitários presente na palestra aproveitou o momento para questionar o papel desse jornalista quando ele assume o que seria a parte do criativo, afinal é necessário ter noções de direção de arte, design e outras ferramentas bastante próprias da pessoa por trás da agência. No entanto, o problema está em como o consumidor não está mais satisfeito como as propagandas tradicionais, em qualquer meio, são colocadas em seu cotidiano.

O professor da casa Diego Oliveira teve a oportunidade de falar um pouco dessa batalha de smartphones dentro do nosso universo mobile que estamos tão inseridos. O nosso papel dentro da internet está cada vez mais atrelado ao celular ao invés do computador como muitos imaginam. Cerca de 71 % do acesso à internet se dá através do aparelho e por conta disso, há uma certa democratização no consumo de conteúdo através da internet. Porém , de nada adianta uma marca estar inserida no ambiente digital com apps e portais se o consumidor não for compreendido. Para existir compartilhamento de conteúdo ele deve ser bom e dialogar, diretamente, com esse público, dessa forma ele se torna engajado.

Já para falar de uma boa estratégia de conteúdo e adaptação ao meio que você está inserido, Alexandre Maron mediou um papo com o pessoal de Prazeres da Mesa, revista gastronômica, e a Globo e suas multiplataformas. Para eles, a grande aposta está na interação imediata com o leitor/consumidor. Um caso interessante é o fato que a Globo Rural, programa matinal sobre o mundo agrícola, sempre respondeu seus internautas no twitter ao ponto que memes e até mesmo páginas de adoração foram criadas para o canal sem nenhuma mão deles, mas eles resolveram usar isso a favor. Enquanto para o Prazeres da Mesa a nova ferramenta do Facebook, a Live, tem sido uma maneira de encontrar interação com inúmeras pessoas em várias horas do dia.

Para finalizar tivemos outros membros da casa falando sobre como construir uma boa narrativa em vídeo, Vince Vader e Luiz Ferreira Jr. Estamos em uma época em que qualquer um com celular consegue fazer o seu vídeo, somos mídia constante e por conta disso, é preciso saber como contar essa história. Luiz faz parte do Núcleo de Imagem e Som da faculdade e nos trouxe além de uma aula sobre equipamentos certos, a teoria de Simon Sinek. Ele ressaltou como o propósito para se contar a uma história é fundamental e como é divido o golden circle de narrativa. No centro temos o porquê, depois caminhamos para o como e finalizamos com o que e dessa forma, compreendemos que conteúdo é fundamental.

Vince ressaltou como uma boa narrativa é o que parece faltar nos dias de hoje, comprovando, mais uma vez, que o conteúdo é a nova maneira de entreter o consumidor que sente uma carência. Além de mostrar o curta Apple of My Life, filmado completamente no iphone, conhecemos novas plataformas e apps que representam bastante a ideia que todos somos mídia e nossa necessidade, quase que intrínseca, de contar uma boa história.