#Sinapse por Ian Perlungieri

Lance Armstrong, um ciclista americano. Foi heptacampeão do Tour de France (Volta da França). Superou o câncer e deu início à Fundação Livestrong. Foi patrocinado pela Nike, AB Inbev e mais sete patrocinadores. Foi acusado de doping. Perdeu oito patrocinadores. Perdeu os títulos. Foi banido do esporte.

Uma história que tinha tudo para ter um final feliz não teve. Um final infeliz, lamentável, triste.
Um dia talvez descubram que a Usada (agência antidoping americana) errou e Lance Armstrong perdeu os títulos sendo inocente.
Talvez. Mas suponhamos que o ciclista trapaceou. Os títulos apenas foram ganhos porque o atleta se dopou durante toda a carreira. Por quê?
Provavelmente pela fama que ganharia com a vitória. O dinheiro. O status. Mas infringir regras para conquistar uma vitória? Afinal, ele não poderá contar para os bisnetos que venceu o Tour de France. Quem venceu foi o doping. Porém ele conta para os bisnetos. Conta cada detalhe como se o responsável pela vitória tivesse sido ele. Mas não foi. A mentira se torna verdade e a culpa desaparece. A culpa nem existe. A raça humana, que deveria ser a mais evoluída das espécies, age como se fosse a mais primitiva, com falta de ética, respeito e consideração pelo outro. Mentiras e mais mentiras e todos acreditam que elas sejam verdades.
– Mas o mundo de hoje é assim, alguém pode argumentar, ou você trapaceia ou você morre.
Infelizmente! E, enquanto todos pensarem assim, ninguém age. O ser humano, com todo o potencial que tem para agir bem, não o faz. O respeito está em extinção. A culpa está em extinção. A ética está em extinção.
Entretanto, caso o “mais sofisticado, profissionalizado e bem sucedido programa de doping que o esporte já viu”, de acordo com a Usada, esteja errado e Lance Armstrong seja inocente, a fé na raça humana poderá voltar a existir.
Talvez.

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Meu nome não é Alex DeLarge, nem Tyler Durden, nem Mort Rainey. Nunca me chamaram de John Keating. Não sou Ed Bloom, nem Joel Barish. Scott Pilgrim, Carl Allen, Bruce Wayne, Rainer Wenger. Nenhum destes é meu nome. Sou apenas uma peça de um tabuleiro.