#Sinapse por Henrique Castilho
Poucos sabem, mas foi Ernest Hemingway que inventou o título publicitário. Não se sabe se foi um concurso literário, uma aposta entre amigos, ou um frila para uma vendedora de sapatos. Mas, certa vez, o autor foi instigado a escrever um conto com apenas seis palavras (seu melhor conto, segundo ele próprio).
“For sale. Baby shoes. Never worn.”
O conto ficou famoso e não é difícil achar concursos literários com esse mote. A Wired e a revista Piauí já fizeram, por exemplo. Sua ideia é fazer uma história se valer pela densidade de seu conteúdo, não pelo estilo. Concisão, sugestão e impacto são características do conto de seis palavras, mesmas características de um título publicitário. O próprio conto do Hemingway tem formato de anúncio. Seria ele um visionário? Acho que não.
Encontrei alguns contos pela internet muito legais. Também instiguei o pessoal aqui do ARENAS a escrever os seus. Eis tudo isso:
Alan Moore: “Tempo. Inesperadamente, inventei uma máquina do”
Orson Scott Card: “Eu vi, meu amor, mas minta, por favor”
Augusto Monterroso: “Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá”
David Brin: “Dinossauros retornam. Querem petróleo de volta”
Felipe Borges Valério: “- Desliga você. – Ah, desliga você primeiro” – sem o título não é a mesma coisa: “Eutanásia”
Raul Donadeli: “Chico Xavier: Nasci. Morri. Vivo.”
Max Admoni: “Ela saiu de casa em 1942.”
Ian Perlungieri: “Acordei depois da cirurgia. Infelizmente.”
Em 140 caracteres cabem vários contos de seis palavras, manda pra gente @NewronioESPM