Em tempos de Marco Feliciano e toda a polêmica gerada por sua visão de mundo cabe a pergunta: como anda a comunicação e a propaganda para a comunidade gay no Brasil? Há ainda muita timidez com o tema e as empresas que se direcionam para este mercado o fazem de forma muito discreta. E a pergunta é, poderia ser diferente? Poderia.
Tem um case muito interessante da marca Ikea – varejista sueca do segmento de moveis com 338 lojas na Europa, América do Norte, Ásia, Austrália,que faturou em 2012, 27 bilhões de euros em produtos para casa tendo recebido 770 milhões de visitas em suas lojas, ou seja não é uma marca de nicho. A marca já veiculou alguns filmes em que direciona-se claramente para este público.
Em um deles, veiculado em Portugal um casal de homens fala para a câmera, “minha mãe diz que não sei cozinhar e outro fala, minha mãe preferia que eu tivesse me casado com um médico. Mas meus pais adoram aparecer aqui”.
Em outro veiculado na Áustria, um homem e uma mulher estão na cozinha namorando quando a porta da sala abre e entra um outro homem, dizendo “amor cheguei”. A cena seguinte mostra os pés do casal em baixo da mesa se acarinhando e quando a câmera sobe mostra os dois homens tomando café enquanto a mulher aparece escondida no armário. A assinatura da marca nestes filmes è “ somos abertos à todas as famílias”.
Somos vistos como um povo liberal mas não conseguimos imaginar uma marca varejista veiculando m filme para a comunidade gay. Este problema reflete que apesar de estarmos na época do marketing segmentado, da sociedade plural, do entendimento que não existe um consumidor médio, ainda negamos a diversidade no marketing.
Há algumas iniciativas de marcas como a Construtora Tecnisa que customiza seus imóveis e direciona comunicação para estes públicos, mas é uma exceção. Por este motivo, um trabalho como a Comissão de Direitos Humanos de minorias é tão importante.
Por mais que alguns segmentos da sociedade neguem, estes grupos existem, aumentam e precisam ser incluídos sob todos os aspectos.